Zarattini denuncia possíveis irregularidades no processo de privatização da Sabesp

“É uma coisa absurda! Tarcísio está fazendo uma aventura. A  maior empresa de saneamento do país, que tem tecnologia e experiência, pode ser administrada pela menor empresa em atuação, que não sabe nada de saneamento”. 

3 jul 2024, 18:59 Tempo de leitura: 2 minutos, 19 segundos
Zarattini denuncia possíveis irregularidades no processo de privatização da Sabesp

Foto: Câmara dos Deputados

Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) fez denúncias sobre as controvérsias e indícios de irregularidades no leilão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A Equatorial foi a única a formalizar uma oferta para compra da Sabesp, oferecendo R$ 6,9 bilhões por uma participação de 15% na companhia, valor 10,6% abaixo do preço atual das ações.

Zarattini criticou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) por insistir na venda da Sabesp, uma das maiores empresas de saneamento da América Latina. Segundo ele, essa decisão vai colocar em risco a qualidade do serviço oferecido à população. “É uma coisa absurda! Tarcísio está fazendo uma aventura. A  maior empresa de saneamento do país, que tem tecnologia e experiência, pode ser administrada pela menor empresa em atuação, que não sabe nada de saneamento”. 

A Equatorial iniciou sua atuação na área há apenas dois anos, após adquirir a concessão do governo do Amapá em dezembro de 2021. Por sua vez, a Sabesp atende 375 municípios paulistas, abastecendo 28,4 milhões de pessoas com água e 25,2 milhões com coleta de esgoto. Enquanto o Amapá, o segundo menor estado, tem uma população de 733.508 habitantes, segundo o último censo do IBGE.

Zarattini também apontou ainda que a  sucursal da empresa  no Goiás, Equatorial Goiás, que atua também no setor de energia, foi considerada a pior empresa de energia do país pela Aneel em 2023 devido a apagões, o que levanta dúvidas sobre a competência para gerir a Sabesp. “No Pará, ela pratica a maior tarifa do Brasil e em Goiás foi considerada a pior empresa de distribuição de energia. É para essa empresa que o governador Tarcísio quer entregar a  Sabesp”, afirmou. 

Riscos da privatização:  Equatorial, ao adquirir os 15% de participação, terá um papel ativo na gestão da Sabesp. Com a conclusão do processo de privatização, a participação do Governo de São Paulo na Sabesp cairá de 50,3% para 18,3%, enquanto a participação negociada no mercado de ações aumentará de 49,7% para 66,7%.

Karla Bertocco, atual presidente do conselho de administração da Sabesp, ocupava um cargo no conselho da Equatorial até dezembro de 2023.

Em uma apresentação a investidores, a Equatorial detalhou estratégias para a Sabesp que incluem cortes de gastos com empregados, distribuição maior de dividendos aos acionistas, redefinição das relações com sindicatos, programas de demissão voluntária e reestruturação de equipes.

 
 
 
 
 
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