Zarattini critica aumento da Selic e acusa Banco Central de travar crescimento econômico

Para que aumentar a taxa, a não ser para beneficiar o capital financeiro e os rentistas da Faria Lima?”, questionou o parlamentar.

21 mar 2025, 14:05 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundos
Zarattini critica aumento da Selic e acusa Banco Central de travar crescimento econômico

Em entrevista à TV Fórum, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic em um ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano. Para o parlamentar, o aumento é injustificável e representa um obstáculo para o crescimento econômico do país.

“O aumento da Selic deve custar aos cofres públicos aproximadamente de R$ 50 bilhões e inflar ainda mais a dívida bruta do Brasil. Para que aumentar a taxa, a não ser para beneficiar o capital financeiro e os rentistas da Faria Lima?”, disse.
Zarattini também destacou o impacto negativo da alta dos juros na economia real. “Estamos em um momento de crescimento econômico e essa política do BC prejudica a atividade econômica e a geração de empregos.”

No mesmo dia do anúncio da alta da Selic, uma pesquisa da Quaest revelou que o mercado financeiro reprovava a gestão do governo Lula. Para Zarattini, essa rejeição é devido às políticas do governo voltadas aos mais pobres e aos pequenos empreendedores. “O governo Lula aposta no desenvolvimento, na geração de emprego e no fortalecimento do consumo popular. São iniciativas como o crédito consignado para trabalhadores do setor privado e o programa Acredita, que facilita a renegociação de dívidas e o acesso ao crédito para pequenas empresas. Mas o mercado quer o oposto: quer desemprego, quer paralisar a atividade econômica.”

Zarattini também lembrou que o aumento recente da Selic ainda é parte da condução da política monetária de Roberto Campos Neto, ex- presidente do Banco Central, destacando que a decisão de aumentar a Selic já havia sido antecipada desde dezembro, antes da posse de Gabriel Galípolo. “Campos Neto constrangeu Galípolo ao deixar previamente acertados dois aumentos na taxa de juros. Agora, Galípolo não pode simplesmente suspender esses aumentos sem gerar uma crise especulativa, com o dólar disparando e a bolsa caindo, como vimos no fim do ano passado.”

O aumento da Selic reforça a tensão entre o governo e o Banco Central, em um cenário de divergência sobre os rumos da política econômica. Enquanto o Executivo busca medidas para estimular o crescimento, a autoridade monetária mantém uma postura conservadora, justificando os juros elevados como forma de controle da inflação.

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