Zarattini cobra mudanças no artigo 142, após indiciamento de militares por envolvimento na trama golpista

Entre os indiciados na trama golpista, 25 são militares, sendo 12 da ativa. 

27 nov 2024, 18:34 Tempo de leitura: 1 minuto, 54 segundos
Zarattini cobra mudanças no artigo 142, após indiciamento de militares por envolvimento na trama golpista

O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de 36 aliados por suspeita de planejar um golpe de Estado revelou o papel central dos militares na sustentação do plano de abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os indiciados na trama golpista, 25 são militares, sendo 12 da ativa. 

A investigação trouxe à tona o uso das Forças Armadas para atender interesses autoritários e antidemocráticos. Militares também foram apontados por envolvimento em ações como venda ilegal de joias, fraudes em cartões de vacinação durante a gestão Bolsonaro. Ao todo, 35 militares já foram indiciados em diversos esquemas criminosos relacionados à gestão do ex-presidente.

Diante desse cenário, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) voltou a defender mudanças no artigo 142 da Constituição Federal, frequentemente interpretado de forma equivocada para sugerir que as Forças Armadas poderiam atuar como um “poder moderador”. Desde 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, o parlamentar luta para que a proposta seja aprovada no Congresso Nacional. 

Um indício de como o artigo 142 é equivocadamente interpretado pelos próprios militares é o documento encontrado pela Polícia Federal durante as investigações, na mesa do coronel Mauro Cid Peregrino, assessor do general Braga Netto, na sede do Partido Liberal (PL).  O documento apreendido é um esboço de um plano golpista denominado “Operação 142”.

PEC  142 – Zarattini é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca definir com máxima clareza o papel das Forças Armadas e restringir a participação de militares da ativa na política. “Precisamos delimitar o papel das Forças Armadas e excluir militares da ativa da participação na política, proibindo o uso de cargo, função ou armas para qualquer forma de intervenção ou atuação política”, afirmou o parlamentar.

Entre as medidas da PEC está a extinção das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que abrem margem para uma interpretação equivocada e maliciosa, que sugere que as Forças Armadas poderiam atuar como um poder moderador. 

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