Após 72 horas da tempestade, milhares de consumidores permanecem sem energia, situação que amplia os impactos e prejuízos da população e do comércio, e sete pessoas morreram. São mais de 354 mil imóveis sem luz só na chamada Grande São Paulo, 36,9 mil em Cotia, 32,7 mil em Taboão da Serra e 38,1 mil imóveis em São Bernardo do Campo. A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) informou que vai acionar judicialmente a Enel pelos prejuízos aos empresários diante da falta de energia. Segundo a Fhoresp, 50% dos 502 mil estabelecimentos representados estão nas regiões afetadas.
Além disso, diante da ausência de fornecimento de eletricidade, 10 bairros da capital também ficaram sem água. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que hoje, três dias após o temporal, 135 semáforos seguem inoperantes, deixando ainda mais caótico o trânsito.
Para cobrar providências da Enel Distribuição São Paulo, empresa responsável pelo fornecimento de eletricidade, o deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) apresentou requerimento à Comissão de Minas Energia da Câmara dos Deputados solicitando audiência pública para debater a atuação da Distribuidora no fornecimento de energia elétrica. Em outra direção, o parlamentar solicitou ao Ministro de Minas e Energia que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) proceda à fiscalização na Enel. “São Paulo sofreu, mais uma vez, com fortes chuvas e com a incompetência da prefeitura e da empresa responsável pelo fornecimento de energia, a Enel”, criticou.
Segundo o parlamentar paulista, o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, e a Enel são os responsáveis pelo caos. “Essa deficiência na normalização dos serviços de fornecimento de energia elétrica, pós-chuvas é recorrente em São Paulo. Desde a privatização, a Enel SP apresenta lucros extraordinários todos os anos, porém os investimentos visando atender melhor a população não apresentam os mesmos índices”.
A Enel SP está na posição 21º no ranking do Indicador de Desempenho Global de Continuidade da Agência Nacional de Energia Elétrica, entre 29 concessionárias de grande porte avaliadas, o que confirma a ocorrência de sérios problemas nos serviços prestados.
Os requerimentos agora precisam ser votados na CME.
Veja as cópia dos requerimentos em anexo.