A maioria da população acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro e os militares ligados a ele quiseram, de fato, solapar a democracia no Brasil. Sondagem do instituto Quaest apontou que 51% dos brasileiros acham que Bolsonaro tentou derrubar o governo Lula. A pesquisa revela ainda que, desse total, 48% veem o extremista de direita como partícipe da trama subversiva. A percepção de que o ex-presidente é golpista está, inclusive, entre seus próprios eleitores: para 39% deles, a tentativa de golpe ocorreu.
Foram entrevistadas 8.598 pessoas, entre 4 e 9 de dezembro. Deste grupo, 75% entendem que os criminosos presos por envolvimento com o golpismo deveriam ser condenados. Dos eleitores de Bolsonaro, 68% endossam uma condenação pela Justiça. Ao mesmo tempo, 50% do total não veem desgaste à imagem do ex-presidente, enquanto que 42% acreditam que as denúncias mancham sua biografia.
8 de janeiro
Outra pesquisa do mesmo instituto Quaest, divulgada em novembro, já mostrava o 8 de janeiro como o tema com mais citações diárias nas redes sociais (2,2 milhões), seguido da operação contra o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (675 mil), das declarações de Lula sobre o genocídio em Gaza (346 mil), da operação Tempus Veritatis (303 mil) e do inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a tentativa de golpe de Estado (250 mil).
Há pouco mais de três semanas, Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Fora o ex-presidente, a lista da PF soma 36 nomes, incluindo o do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, além de Ramagem. O plano macabro dos golpistas almejava o assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB-SP), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta-feira (11), a PF indiciou mais três militares no inquérito, chegando assim ao total de 40 pessoas. Moraes já remeteu o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR). Integrantes do Ministério Público (MP) preveem apresentação de eventual denúncia apenas em 2025.
Texto originalmente publicado no site do PT Nacional