Em entrevista a TV Fórum, o deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) defendeu que os militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado sejam punidos e que o país faça a discussão sobre proposta da sua autoria que altera o artigo 142 da Constituição Federal, acabando com a interpretação errônea que coloca as Forças Armadas como “poder moderador” e impede a participação de militares na política.
Segundo Zarattini, o depoimento do ex-comandante do Exército, o general Marco Antonio Freire Gomes, à Polícia Federal, na última sexta-feira 1, deixa evidente que a intentona golpista foi articulada dentro do Palácio do Planalto para impedir a vitória e posse do agora presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e contou com a participação e a conivência de vários militares. “Todos os envolvidos na tentativa de golpe precisam ser punidos pela Justiça. Militares como Paulo Sérgio e Braga Netto terão que explicar suas atuações. Sem anistia, todos os golpistas precisam ser punidos”.
Segundo noticiou a imprensa porque o depoimento segue em sigilo, Freire Gomes forneceu detalhes da reunião em que se discutiu a minuta do golpe. Encontro que também foi mencionado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na sua delação premiada.
“As declarações de Freire Gomes provam como Bolsonaro articulou e trabalhou pelo golpe de Estado. A minuta do golpe foi sim debatida por eles e chegou ao absurdo de prevê a prisão de pessoas como do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes”.
Aprovação de Lula: Na entrevista, Zarattini comentou ainda sobre a pesquisa Quest que levantou a avaliação dos brasileiros sobre o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre o seu governo. Segundo o levantamento, Lula é aprovado por 51%, enquanto 46% dos entrevistados reprovam. O governo Lula é avaliado positivamente por 35% e negativamente por 34%. Outros 28% consideram regular.
Para Zarattini, a pesquisa é um recorte que mostra um momento crítico do governo. Ele acredita que as contas de início de ano, o aumento progressivo no custo dos alimentos e também no preço da energia elétrica são os responsáveis. “A vida está cara. O preço dos alimentos e da luz segue alto. É hora de produzir mais alimentos, liberar mais recursos para a agricultura familiar, ampliar a produção, e baixar a conta de luz, especialmente dos mais pobres”.
Assista entrevista na íntegra: