O lucro recorde de R$ 188,3 bilhões da Petrobras em 2022, que será dividido entre os acionistas da estatal, foi tema de debate hoje (2), na tribuna da Câmara. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) considerou a quantia impressionante. “É impactante porque soubemos que é a segunda empresa do mundo que mais distribui lucros. A primeira é outra petroleira. Mas passa na frente porque não paga lá seu Imposto de Renda na fonte. Senão, a Petrobras seria a primeira”, afirmou. Ele enfatizou que o Brasil precisa de uma empresa que garanta combustível para todos os cantos do País a preços acessíveis. “E logicamente garantir lucros aos seus acionistas, mas não esse absurdo de lucro”, ponderou.
Zarattini destacou que, “enquanto alguns têm lucros bilionários com os recursos da Petrobras — é bom lembrar que dois terços dos acionistas da estatal são privados e 40% são estrangeiros —, uma grande parte do povo brasileiro vive na miséria e a maioria vive na pobreza”. Para o parlamentar é preciso inverter essa situação. “A Petrobras não pode ser uma empresa exportadora de óleo cru. Ela não pode simplesmente extrair e vender o petróleo do pré-sal, que é uma riqueza de todo o povo brasileiro, e concentrar esse benefício na mão de poucos acionistas”, argumentou.
Política de preços da Petrobras
Na avaliação do deputado Zarattini, a Petrobras tem que ser uma empresa de desenvolvimento do País, de geração de riqueza para todo o povo. Ele defendeu mudança na política de paridade internacional de preços, “que é um verdadeiro absurdo que foi colocado — iniciou-se lá no governo do Temer e prosseguiu no governo do Bolsonaro —, distribuindo bilhões e bilhões de reais de lucros e dividendos. Isso precisa mudar. Nós precisamos de uma empresa que garanta combustível a preços acessíveis. Justamente aí que nós precisamos interceder para que os preços mudem”, afirmou.
A política de preços da Petrobras, segundo Zarattini, tem que levar em conta não o preço da bolsa de Nova York, mas o preço de produção. “É disso que nós precisamos”, reiterou.
Vânia Rodrigues