No momento em que economistas do mundo inteiro discutem medidas para garantir a saúde financeira de suas economias e cadeias produtivas, o Brasil assume, mais uma vez, a vanguarda do atraso diante da ameaça de uma crise sistêmica nos sistemas bancários. Nesta quarta-feira (22), depois de dois dias em reunião, o Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) decidiu que o país vai manter a maior taxa de juros real do mundo. A Selic ficará, portanto, nos 13,75%, em mais um ato de ataque à economia popular e ao crescimento econômico do país.
Para o deputado Carlos Zarattini:
Na contramão do debate internacional
A imposição do Copom bate de frente com as análises de alguns dos mais reconhecidos economistas entrangeiros, entre eles o Nobel de Economia Joseph Stiglitz, que considerou a taxa de juros “chocante” e uma pena de morte para qualquer economia.
“É claro que juros altos afastam investimento e reduzem produtividade”, constatou Stiglitz. “O país é muito dependente de commodities e precisa de transição para uma economia industrial verde”, ressaltou o economista no seminário sobre desenvolvimento sustentável promovido pelo BNDES nos dias 20 e 21, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
O seminário reuniu algumas das maiores autoridades do pensamento econômico do mundo, no âmbito da retomada do papel do BNDES no desenvolvimento do Brasil. “O país é muito dependente de commodities e precisa de transição para uma economia industrial verde”, lamentou Stiglitz, ao se referir ao impedimento da retomada do crescimento do Brasil.
Zarattini denuncia quem lucra com a elevada taxa de juros no Brasil:
Fiesp: juros são “pornográficos”
Josué Gomes da Silva presidente da Fiesp, foi incisivo e classificou os juros praticados no país como “pornográficos”. “É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil”, protestou Silva. “Se não baixarmos os juros, não vai adiantar fazer política industrial”, advertiu o presidente da Fiesp.
“[Juro de] 8% acima da inflação acaba dificultando o consumo, atrasa investimentos e onera o fiscal”, declarou o vice-presidente Geraldo Alckmin, no mesmo seminário. “Não há nada pior para o fiscal do que isso, porque metade de dívida é Selic. Acreditamos no bom senso, de que vamos ter aí uma redução na taxa de juros”, pressionou o vice-presidente, antes do lamentável anúncio do Banco Central.
Da Redação
Publicado no site Partido dos Trabalhadores e replicado neste canal.