
Sobre a crise de segurança pública no Rio de Janeiro, o governo Lula ressaltou que a Força Nacional atua no estado de forma permanente desde 2023. Em nota oficial, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informou que todos os pedidos feitos pelo governo fluminense para o envio da Força Nacional foram atendidos, e que a cooperação permanece ativa até dezembro de 2023, conforme a Portaria nº 766/2023.
Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (28), o ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que o governo federal “jamais negou qualquer pedido de apoio” e que não foi comunicado previamente sobre a operação policial realizada pelo estado nesta terça-feira (28/10).
Segundo ele, o ministério defende que as ações de segurança sejam planejadas com base em inteligência, ciência e tecnologia, a fim de evitar a morte de inocentes e proteger também os policiais envolvidos.
PEC da Segurança e integração nacional
Lewandowski lembrou ainda que, desde 2024, apresentou aos governadores e ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que busca aprimorar a coordenação entre União, estados e municípios no enfrentamento do crime organizado. O ministro destacou que o tráfico e o armamento ilegal são problemas de dimensão global, exigindo resposta articulada e planejada.
Segundo dados do MJSP, a Polícia Federal realizou, somente em 2025, 178 operações no estado, com 210 prisões e 10 toneladas de drogas apreendidas, além de 190 armas, entre elas 17 fuzis. Operações como Forja, Buzz Bomb e Libertatis resultaram na desarticulação de fábricas e redes de drones usadas por facções criminosas.
Ações integradas e resultados expressivos
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também mantém atuação contínua no estado desde janeiro de 2023, com foco em roubo de cargas e veículos. Nesse período, 3.082 veículos foram recuperados, 72 fuzis e 172 armas curtas apreendidos, além de 29,5 toneladas de maconha e 3,9 toneladas de cocaína. Mais de 8 mil pessoas foram detidas.
As medidas incluem ainda a criação da Célula Integrada de Localização e Captura de Foragidos e do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), que atua na descapitalização das facções criminosas. Até setembro de 2025, o Cifra analisou 59 relatórios do Coaf, envolvendo valores suspeitos que somam R$ 65 bilhões.
Investimentos e recursos disponíveis
De acordo com o MJSP, o Estado do Rio de Janeiro recebeu quase R$ 288 milhões pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e mais de R$ 99 milhões pelo Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) entre 2016 e 2024. No entanto, parte significativa desses recursos permanece sem execução, com mais de R$ 174 milhões ainda disponíveis para aplicação em ações de segurança.
Além dos repasses, o governo federal doou equipamentos como veículos, drones, coletes e computadores, avaliados em cerca de R$ 10 milhões. As iniciativas integram redes nacionais como a Renorcrim e a Recupera, voltadas ao enfrentamento das organizações criminosas e à recuperação de ativos ilícitos.
Reunião emergencial e novas medidas
Em nota, a Casa Civil da Presidência da República informou que o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, coordenou uma reunião na tarde desta terça-feira (28) para acompanhar os desdobramentos da operação no Rio. O encontro contou com os ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Jorge Messias, Macaé Evaristo, Sidônio Palmeira e o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos.
Durante a reunião, as forças federais reiteraram que não houve solicitação de apoio do governo estadual. O ministro Rui Costa, em contato com o governador Cláudio Castro, ofereceu vagas em presídios federais para isolar lideranças criminosas e anunciou reunião emergencial no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (29), com a presença dele e de Lewandowski.
Planejamento e cooperação federativa
Em declarações conjuntas, os ministros enfatizaram que a segurança pública deve ser tratada com planejamento, inteligência e integração entre as esferas de governo, reforçando que o objetivo do governo Lula é garantir resultados sustentáveis e reduzir a violência de forma estruturada.
“O Governo do Brasil está empenhado em combater o crime de forma cooperativa e integrada. É um compromisso com a vida, com o Estado Democrático de Direito e com o povo fluminense”, afirmou Lewandowski.
Texto originalmente publicado pelo site do PT Nacional.