
A nova temporada do podcast Papo Reto com Zarattini começou. No primeiro episódio de 2025, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) foi convidado pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) para falar sobre o aumento dos alimentos. Os parlamentares ressaltaram que o crescimento de investimentos na agricultura familiar seria uma saída para impulsionar a produção de alimentos e ajudar a reduzir os preços, garantindo que a população tenha acesso a produtos de qualidade com custo mais baixo. “Certamente, que se a população que produz, o pequeno agricultor, tiver acesso ao crédito isso criará as condições para ampliar a produção e reduzir preços diante do aumento da produção”, explicou Valmir.
O aumento recente dos preços dos alimentos podem ser explicados pelas mudanças climáticas somado ao crescimento das exportações do agronegócio barsileiro, o que faz com que diminuam a oferta de alguns produtos e encarecem o preço nacionalmente. Um exemplo disso é o café que teve sua produção afetada pela falta de chuvas em 2024, causando redução nos estoques, somado a uma elevação dos preços no mercado internacional, o resultado foi o recorde nas exportações. No acumulado do ano, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) registrou um volume recorde de 50,44 milhões de sacas.
Zarattini também destacou o impacto da inflação sobre os alimentos, agravada no governo de Jair Bolsonaro. A alta dos preços foi significativa ao longo dos quatro anos da gestão anterior. “Nos dois primeiros anos de Bolsonaro, a inflação dos alimentos foi de 27,4%, e nos dois últimos anos, 22,5%. Somando tudo, chegamos a um aumento de 56% nos preços dos alimentos. Já nos dois primeiros anos do governo o índice foi de 7,6%. Diferente do desgoverno Bolsonaro, o Lula está trabalhando para reduzir o custo dos alimentos”, afirmou o paulista.
Os parlamentares falaram também sobre a reforma agrária, políticas para a agricultura familiar e os 41 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Agricultor e membro da direção nacional do MST desde 1990, Valmir Assunção é uma das principais lideranças do movimento no país.
Durante a entrevista, Valmir Assunção destacou o histórico de luta do MST, que há 41 anos atua na democratização da terra e na defesa da reforma agrária no Brasil. “Nós queremos um Brasil que dê oportunidade para todos, um país que possa diminuir cada vez mais a desigualdade social, democratizar o acesso à terra, respeitar a questão ambiental. Isso é fundamental para todos nós e é isso que nós pregamos todos os dias”, disse.
41 anos de MST: Fundado em 22 de janeiro de 1984, em Cascavel (PR) o movimento está presente em 24 estados brasileiros, com aproximadamente 450 mil famílias assentadas e 100 mil famílias acampadas. Mais de 50 mil famílias adotam práticas agroecológicas para produzir de forma sustentável, fundamental para o enfrentamento às mudanças climáticas.
Atualmente, o MST conta com 160 cooperativas e 1.900 associações, além de 120 agroindústrias de pequeno e médio porte. Essas empresas sociais atuam em toda a cadeia produtiva, desde a produção até a comercialização de alimentos. As cadeias produtivas mais consolidadas nos assentamentos do MST são do arroz, leite, carne, café, cacau, sementes, mandioca, cana-de-açúcar e grãos.
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