A contundência da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua viagem à Etiópia, sobre o genocídio em Gaza praticado pela extrema-direita no poder em Israel, mostrou a sua coragem, a força de sua mensagem de paz e serviu como sinalizador para demais líderes mundiais cobrarem o fim do massacre à população palestina.
Nenhum líder mundial, além de Benjamin Netanyahu, condenou a fala de Lula. Isso mostra que só quem não entendeu a mensagem de Lula foi o extremista de direita, responsável pelo massacre de milhares de mulheres, crianças, jovens e idosos na Palestina.
A acusação que o extremista imputou a Lula expõe seu isolamento e o uso político que faz em seu próprio interesse ao deturpar a declaração do presidente brasileiro. A fragilidade é tamanha que Netanyahu enfrenta resistência em seu próprio país por conta da sua política de guerra.
Todos os líderes de países da União Europeia, com exceção da Hungria, apelaram conjuntamente para que cessem os ataques em Gaza, que já deixaram cerca de 29 mil mortos, em sua maioria a população civil.
Este é um consenso raro no grupo. Dos 27 países que compõem a União Europeia, 26 emitiram declarações apelando a “uma pauta humanitária que possa conduzir a um cessar-fogo sustentável” na Faixa de Gaza.
Os líderes mundiais pediram à Israel que não realize uma ofensiva militar contra Rafah, região para onde mais de um milhão de palestinos fugiram da guerra.
Coletivo de judeus
Nesta terça-feira (20), o coletivo Vozes Judaicas por Libertação divulgou uma nota em defesa do presidente Lula.
“A contradição do povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós. Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em prática”, informa a nota.
“Se a criação e fundação de um Estado judaico foi uma medida de sobrevivência num mundo sitiado, ela logo se tornou um pesadelo. O Estado de Israel não trouxe emancipação verdadeira aos judeus pois a sua existência é mantida às custas da negação da autodeterminação dos palestinos”, prossegue o texto.
EUA: veto à paz pela 3ª vez
Contrariando as expectativas mundiais, os Estados Unidos vetaram, nesta terça-feira (20), pela terceira vez, resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia cessar-fogo humanitário imediato aos ataques de Israel na Faixa de Gaza.
Os norte-americanos usaram o seu poder de veto para rejeitar a resolução de fim dos ataques contra a população palestina. Dos 15 membros, o Conselho recebeu 13 votos favoráveis à resolução apresentada pela Argélia, uma abstenção (do Reino Unido) e o voto contrário dos EUA.
A primeira proposta de cessar-fogo vetada pelos norte-americanos foi apresentada em outubro do ano passado pelo Brasil. A segunda, de dezembro de 2023, ocorreu durante reunião convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Havia expectativa positiva para esta proposta da Argélia, uma vez que há a ameaça iminente de Israel invadir Rafah, no sul da Faixa de Gaza, durante o início do Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos, que começa no dia 10 de março), caso reféns israelenses não sejam libertados pelo Hamas.
O Conselho de Segurança da ONU tem como membros permanentes e, portanto, com direito a veto, EUA, França, Reino Unido, Rússia e China.
Texto originalmente publicado no site do PT Nacional.