Fim do parcelamento sem juros pode comprometer consumo de brasileiros e afetar atividade do comércio

O fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito pode fazer o brasileiro comprar menos

12 dez 2023, 20:08 Tempo de leitura: 1 minuto, 47 segundos
Fim do parcelamento sem juros pode comprometer consumo de brasileiros e afetar atividade do comércio
Freepik

O Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto, nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, quer limitar o número de parcelas sem juros em compras no cartão de crédito. A proposta é defendida por bancos privados, juntos às bandeiras de cartão de crédito. A justificativa é que a mudança ajudaria a  reduzir os juros rotativo no cartão.

O juros rotativo é uma modalidade de cobrança no cartão de crédito quando o valor total da fatura não é pago até a data de vencimento. Nesse caso, o banco cobra juros sobre o saldo devedor não quitado e esse valor pode aumentar rapidamente se não for pago integralmente.

Entretanto, a limitação na compra parcelada sem juros pode afetar o consumidor e restringir a flexibilidade de pagamento. Além de resultar em parcelas mais altas ou em uma menor capacidade de adquirir produtos mais caros, sem comprometer o orçamento mensal. De acordo com o Datafolha, 75% dos usuários de cartão de crédito têm o costume de fazer compras parceladas, a proposta poderia impactar diretamente no consumo de milhares de famílias brasileiras.

A medida também influencia na decisão de compra do consumidor, fazendo o brasileiro comprar menos, especialmente bens como eletrodomésticos, eletrônicos e vestuários.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 90% do varejo brasileiro tem suas vendas parceladas sem juros no cartão de crédito. A possível restrição no parcelamento também poderia comprometer a atividade do comércio de varejo. 

O deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) criticou a proposta do presidente do Banco Central. “Campos Neto está a serviço do mercado, não do Brasil ou da nossa economia. Os bancos querem lucrar sempre. Agora, querem acabar com os parcelamentos no cartão usando como justificativa uma forma de baixar os juros do rotativo. Assim, como era só tirar a bagagem que as passagens iriam baixar. É golpe, é golpe! Se retirar essa modalidade de parcelamento o consumo vai cair e será uma avalanche de desemprego, queda na produção, enfraquecimento do varejo”.