O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou, nesta sexta-feira (27), dados que reforçam o cenário de consolidação do mercado de trabalho no país. Em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais de 232 mil novas vagas de emprego com carteira assinada foram abertas, superando os 188 mil postos formais contabilizados no mês anterior. Frente a agosto de 2023, a alta é de 5,8%.
O desempenho do mercado formal de trabalho segue positivo também no acumulado do ano, chegando a 1,72 milhão de novas oportunidades com carteira assinada. Já nos últimos 12 meses, esse número sobe para 1,79 milhão. Desde que Lula assumiu a Presidência da República pela terceira vez, o saldo supera 3,18 milhões de empregos formais no país.
O resultado de agosto é a diferença entre 2,23 milhões de admissões e 1,99 milhões de desligamentos. No período, o total de vínculos celetistas ativos no Caged, o chamado estoque, atingiu 47,2 milhões, o maior valor da série histórica. Houve variação positiva de 0,49%, na comparação com julho, quando o estoque superou a marca de 47 milhões de pessoas pela primeira vez.
Setores da economia
É por conta dessas e de outras estatísticas que o presidente Lula tem insistido nos discursos que o Brasil vai crescer acima do estimado pelos analistas em 2024 e que é imperativo o Banco Central (BC) arrefecer a taxa básica de juros da economia. Durante coletiva à imprensa, na sede do MTE, nesta sexta, o secretário-executivo da pasta, Francisco da Silva, chamou a atenção para o aumento dos empregos formais no setor da Indústria e condenou a política de juros do BC.
“Nós vamos ver depois […] que o acumulado da Indústria representa já 90% de todos os postos de trabalho que foram criados no ano passado. Isso, para nós, é um indicador muito importante da retomada do desenvolvimento econômico, da perspectiva de um desenvolvimento mais sustentável”, esclareceu o secretário.
“Apesar do Banco Central, aquele povo ‘ensimesmado’, que ainda trabalha, na nossa opinião, com a perspectiva contrária ao desenvolvimento econômico do país”, acrescentou.
Em agosto, todos os cinco setores da economia brasileira registraram saldo positivo em termos de empregos com carteira assinada. Destacaram-se os Serviços, que responderam por 118 mil postos formais de trabalhos no período. Indústria (+51 mil), Comércio (+47,7 mil), Construção Civil (+13,3 mil) e Agropecuária (+1,4 mil) completam a lista.
Estados e regiões
Entre os estados que mais criaram postos formais em agosto, São Paulo (+60,7 mil) lidera o ranking, seguido pelo Rio de Janeiro (+18,6 mil) e por Pernambuco (+18,1 mil). Consequentemente, o Sudeste desponta como a região com mais oportunidades de emprego no período (+96,2 mil). Logo após, estão o Nordeste (+72,3 mil), o Sul (30,8 mil), o Norte (+14,8 mil) e o Centro-Oeste (+14,5 mil).
Na coletiva de imprensa, o secretário-executivo do MTE ressaltou também a retomada da atividade econômica no Rio Grande do Sul, estado devastado pelas piores enchentes de sua história. “E o que a gente sempre tem destacado aqui: a importância da retomada dos empregos no Rio Grande do Sul”, disse. “E se a gente pegar o acumulado aqui também desse período, o Rio Grande do Sul recuperou metade dos empregos que foram perdidos devido à catástrofe que aconteceu lá.”
Acumulado de 2024
De janeiro a agosto, todos os setores da economia, assim como todas as Unidades da Federação, apresentaram crescimento nos empregos formais. Os Serviços (+ 916,3 mil) permanecem em primeiro lugar, superando a Indústria (+343,9 mil), a Construção Civil (+213,6 mil), o Comércio (+169,8 mil) e a Agropecuária (+82,7 mil).
São Paulo (+502,2 mil) também segue liderando no acumulado do ano. Minas Gerais (+188,3 mil), Paraná (+137,6 mil) e Rio de Janeiro (+119,8 mil) foram outros estados com saldo positivo de janeiro a agosto.
Texto originalmente publicado no site do PT Nacional.