Às 10h44 desta quarta (8/9), moeda estava a R$ 5,22 e subia 0,88%. Alta prejudica o país na compra de itens básicos do dia a dia
Após os atos de 7 de setembro e do discurso antidemocrático do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações, o dólar opera em alta nesta quarta-feira (8/9). Às 10h44, a moeda norte-americana estava a R$ 5,22 e subia a 0,88%.
Na segunda-feira (6/9), o mercado comemorava um fôlego na desvalorização do real, com o dólar fechando em queda de 0,14%, a R$ 5,1760. O cenário mudou, entretanto, com o feriado da Independência.
Marcado por protestos contra e a favor de Bolsonaro, os atos evidenciaram uma crise institucional entre os Poderes. De acordo com especialistas ouvidos pelo Metrópoles, isso deve impactar diretamente na economia.
“Os protestos mostram que vai escalar o nível de tensão e isso mantém o prêmio de risco elevado, o que pressiona a taxa de juros. Vamos continuar atentos ao mercado hoje”, afirma o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
Durante seu discurso, Bolsonaro declarou que passará a não cumprir decisões proferidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Juramos respeitar a nossa Constituição. O ministro específico do STF perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica continue paralisando a nossa nação. Não podemos aceitar. Ou esse poder [Judiciário] pode sofrer aquilo que nós não queremos. Sabemos o valor de cada poder da República”, assinalou.
O presidente também frisou que o Executivo não aceitará mais as medidas impostas por governadores e prefeitos, autorizados pelo Poder Judiciário. “Creio que o momento chegou”, enfatizou, interrompido por gritos dos apoiadores.
O tom do discurso do mandatário do país aumentou o risco de derretimento do mercado. Com 0 resultado do dólar desta quarta-feira, a moeda americana acumulou alta de 0,12% no mês, por exemplo. No ano, há recuo de 0,22% ante o real.
Na avaliação de especialistas, a alta do dólar prejudica o país na compra de itens básicos do dia a dia do brasileiro.
“Com o dólar controlado, investidores internacionais começam a botar dinheiro no país. Assim, eles geram emprego, renda e introduzem verba na economia. O dólar caindo gera conforto. Não é só besteira de viagem para a Disney. Gasolina, gás, commodities e uma série de alimentos são afetados pela cotação do dólar”, afirmou o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, ao Metrópoles.
Matéria publicada no site Metrópoles e replicada neste canal.