CONTESTAÇÃO A PRONUNCIAMENTO DO LÍDER DO DEM SOBRE OS MOTIVOS DO POSICIONAMENTO CONTRÁRIO DO GOVERNO FEDERAL À APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI Nº 4.330, DE 2004. RAZÕES ECONÔMICAS DAS TENTATIVAS DE ENFRAQUECIMENTO DA PETROBRAS.
Sras. e Srs. Deputados, público que nos ouve, em primeiro lugar, nós gostaríamos aqui de manifestar a nossa preocupação com o debate que foi feito ontem em relação ao Projeto de Lei nº 4.330, de 2004. O Líder do DEM veio a esta tribuna afirmar que a preocupação do Governo se restringia à arrecadação de […]
23 abr 2015, 08:01 Tempo de leitura: 5 minutos, 22 segundosSras. e Srs. Deputados, público que nos ouve, em primeiro lugar, nós gostaríamos aqui de manifestar a nossa preocupação com o debate que foi feito ontem em relação ao Projeto de Lei nº 4.330, de 2004. O Líder do DEM veio a esta tribuna afirmar que a preocupação do Governo se restringia à arrecadação de impostos, ou seja, que a única preocupação do Governo com a terceirização não seria com os trabalhadores, mas com a arrecadação de impostos.
Eu quero refutar essa tese do Líder do DEM pelo seguinte: em primeiro lugar, o que nós vamos observar com a terceirização, o que provavelmente acontecerá em larga escala caso essa lei seja aprovada, será uma redução das conquistas dos trabalhadores. Haverá uma redução por conta principalmente do fato de que os trabalhadores contratados por empresas terceirizadas não mais participarão de contratos coletivos de trabalho feitos pelas empresas contratantes. Ou seja, vamos pensar, por exemplo, em um banco que contrate uma empresa terceirizada; os trabalhadores, agora funcionários dessa empresa, não serão beneficiados pelo contrato de trabalho dos bancos. A mesma coisa ocorrerá com metalúrgicos, comerciários e tantas categorias que nós temos no Brasil que, ao longo de mais de 50 anos, conquistaram e avançaram muito nos benefícios e nas conquistas salariais.
A preocupação do Governo com a arrecadação de impostos, questão colocada pelo Líder do DEM, não é verdadeira. O Governo está preocupado é com a forma como está escrito o projeto que foi aprovado aqui ontem à noite. Ele pressupõe que as empresas não serão solidárias na contribuição previdenciária. Portanto, as empresas que contratarão os trabalhadores podem recolher menos do que vem sendo recolhido pelas atuais empresas contratantes.
Portanto, nós queremos aqui contestar essa fala. A preocupação não é com o imposto. A preocupação é com a manutenção e a sustentabilidade da Previdência Social em nosso País.
Também gostaria de me referir, Sras. e Srs. Deputados, à questão da PETROBRAS, que divulgou ontem o seu balanço. Foi uma luta muito grande, porque a PETROBRAS se viu envolvida num processo de corrupção muito grave, processo de corrupção que partiu de pessoas da alta Diretoria, da Gerência, e que levou a um turbilhão nessa que é a empresa que mais orgulha o povo brasileiro, que tem promovido o desenvolvimento em nosso País e que vem, dia a dia, garantindo a segurança energética do Brasil. Isso é fundamental.
A nossa independência energética, a nossa independência industrial, por conta do empuxo que a PETROBRAS provoca em toda a indústria, não só naval como também siderúrgica e mecânica, é fundamental para o desenvolvimento do Brasil, para a geração de empregos, para a distribuição de renda.