Com a taxação zero para importação de etanol dos EUA, “Bolsonaro ajuda na eleição de Trump ao mesmo tempo em que prejudica os produtores brasileiros”, denuncia o deputado federal Enio Verri, líder do PT na Câmara. Aproximadamente 50 usinas e destilarias do Nordeste sofrem com essa concorrência distorcida”, advertiu o presidente Sindaçúcar-PE e da Novabio, Renato Cunha
Injustificável. É a reação imediata de economistas, empresários e lideranças políticas à decisão do governo federal de renovar a tarifa zero para importação do etanol dos EUA. “ Bolsonaro estendeu a isenção ao etanol importado dos EUA. Ajuda na eleição de Trump ao mesmo tempo em que prejudica os produtores brasileiros”, denunciou o deputado federal Enio Verri, líder do PT na Câmara. A isenção tarifária valerá para a importação de 187,5 milhões de litros do combustível até dezembro deste ano.
A taxação zero do etanol prejudica principalmente os estados do Nordeste, alvo da demagogia de Bolsonaro no últimos meses. “O etanol dos Estados Unidos ocupa um espaço no nosso produto. Aproximadamente 50 usinas e destilarias do Nordeste sofrem com essa concorrência distorcida”, disse o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e da Novabio, Renato Cunha, ao jornal Folha de Pernambuco. Cerca de 70% da produção de etanol no Nordeste do Brasil é ocupada pelo etanol americano, enquanto no Brasil é de apenas 8%.
EUA acima de tudo
A graça com chapéu alheio é mais um novo favor ao amigo Donald Trump em dificuldades com suas bases eleitorais. Um fato que o próprio embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, reconheceu ao longo das “negociações”. Para o anfitrião de Bolsonaro nas comemorações do último “4 de julho”, a medida seria “muito importante eleitoralmente para o presidente Donald Trump”, segundo um interlocutor do governo no Congresso Nacional.
Segundo o jornal New York Times, a medida é um trunfo comercial para Trump perante os empresários de Iowa, um dos estados mais disputados nas eleições e região produtora de etanol. Na eleição de 2016, Trump venceu em Iowa por uma diferença de 9,5 pontos percentuais, No entanto, neste ano, as pesquisas apontam uma diferença de menos de 2 pontos percentuais em relação a Joe Biden, de acordo com a BBC. Isso “O Brasil e os brasileiros têm um presidente submisso, que os coloca em segundo lugar, sempre que os interesses dos EUA estão em questão” denunciou Verri.
Matéria publicada originalmente no site Partido dos Trabalhadores e replicada neste canal.