País tem, oficialmente, 14,1 milhões de pessoas desempregadas. É a maior taxa registrada na série histórica, iniciada em 2012. Governo conseguiu o feito de mergulhar o país em recessão, aumentar a crise no mercado de trabalho com inflação alta de alimentos. Mídia e mercado abandonam o ministro Paulo Guedes, depois de apoiarem o impeachment de Dilma e cavar espaço para a agenda neoliberal. O preço da dramática crise está sendo pago pelo povo. ‘The Economist’ diz que Bolsonaro não será eleito em 2022 por conta da economia fraca
O ano de 2020 tem tudo para ser lembrado como o pior da história do país. Dezembro nem começou e o Brasil conta 170 mil mortos pelo Covid-19, com 6,2 milhões de pessoas contaminadas, inflação recorde de alimentos – 9,75% até outubro – e a mais profunda recessão de todos os tempos, com o PIB encolhendo 5,4%. No mercado de trabalho, Jair Bolsonaro conseguiu arrasar. Nesta sexta-feira, o IBGE anunciou a taxa de desempregados no país: 14,6%. O país já soma mais de 14,1 milhões de pessoas sem carteira de trabalho e ocupação. E a crise vai piorar em 2021, quando cessam os pagamentos do auxílio emergencial de R$ 300, que permitiram a manutenção da popularidade do presidente em níveis razoáveis.
O nível de desemprego é recorde, com a maior taxa registrada na série histórica, iniciada em 2012. Soma-se a isso mais de 40 milhões de pessoas vivendo na informalidade e está pintado o quadro da tragédia que país vive, desde que Dilma Rousseff deixou a Presidência da República, apeada do Palácio do Planalto por um Golpe de Estado desferido por conservadores, militares, o mercado financeiro e a velha mídia oligopolista. Para quem acreditava que bastava tirar Dilma que os empregos voltariam e a crise econômica cessaria, eis a dura realidade vivida pelo país com Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: a desigualdade cresceu e a década de 2010 esta perdida.
Nesta quinta-feira, a revista inglesa The Economist publicou reportagem apontando que o fraco desempenho da economia brasileira afasta as chances de Jair Bolsonaro obter um segundo mandato. “O auxílio emergencial ajudou o país a evitar uma recessão mais profunda. Mas por quanto tempo o governo pode sustentá-lo?”, questiona a semanal britânica, conhecida como uma das bíblias do liberalismo global. “A dívida pública ruma para 100% do PIB. Mesmo com as taxas de juros baixas, esse é um número grande para um país com histórico de inadimplência e inflação”, pondera a publicação.
A Economist é pessimista e já enxerga as dificuldades em 2021, com a possibilidade de um agravamento da crise econômica e a explosão da desigualdade, que já é dramática no Brasil. “A recuperação econômica pode ser lenta e a austeridade parece inevitável no próximo ano”, prevê. “A renda per capita já caiu abaixo do nível de 2010. Muitos brasileiros estão sofrendo. O som e a fúria nacionalistas não pagam as contas”, opina.
Matéria publicada originalmente no site Partido dos Trabalhadores replicada neste canal.
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