
O Brasil registrou em julho a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica da PNAD Contínua, pesquisa realizada trimestralmente pelo IBGE desde 2012 para mapear o mercado de trabalho. O índice recuou para 5,6% no trimestre, acompanhando recordes de pessoas ocupadas, trabalhadores com carteira assinada e renda média dos brasileiros.
O que os números mostram
A redução da desocupação ao menor índice da série é acompanhada por outros recordes: a população ocupada chegou a 102,4 milhões, novo teto histórico, enquanto a desempregada caiu para 6,1 milhões, uma redução de 14,2% no trimestre, ou cerca de 1 milhão de pessoas a menos. O nível de ocupação manteve-se em 58,8%, também no patamar mais elevado da série.
O emprego formal segue em alta: o número de empregados com carteira assinada no setor privado alcançou 39,1 milhões, outro pico inédito. O setor público e o trabalho por conta própria também registraram máximos, sinalizando ampliação de vagas formais e estabilidade da ocupação. O total de pessoas que trabalham por conta própria atingiu 25,9 milhões, o maior número já registrado.
O rendimento médio real dos trabalhadores foi outro destaque positivo: R$ 3.484, o maior já observado, e a massa de rendimentos habitual somou R$ 352,3 bilhões, o que tende a sustentar consumo e a demanda interna.
Na comparação trimestral houve alta de ocupação em três grandes grupos: agricultura e pesca; informação, comunicação e atividades financeiras; e administração pública, educação e saúde. Em relação a julho de 2024, indústria, comércio, transporte e serviços também registraram crescimento no número de ocupados.
Além disso, a taxa composta de subutilização da força de trabalho caiu para 14,1%, refletindo menos desalentados e menos trabalhadores subocupados por insuficiência de horas.
Apesar dos ótimos números, a informalidade permanece elevada, atingindo 37,8% da população ocupada. Ainda que alto, o número mostra um recuo em relação aos 38% do trimestre anterior e aos 38,7% registrados no mesmo período de 2024. O total de trabalhadores informais subiu para 38,8 milhões, frente aos 38,5 milhões da última pesquisa. Segundo o IBGE, esse crescimento é marginal e sem impacto estatístico relevante.
Os brasileiros sentem a diferença
Mais pessoas ocupadas, mais carteiras assinadas e renda média em alta traduzem-se em maior capacidade de consumo, queda da insegurança econômica e melhoria no poder de compra. Para a população, a combinação de menor desemprego e renda real crescente é a mudança que faz diferença no dia a dia, do supermercado ao acesso ao crédito.
Os dados da PNAD Contínua de julho confirmam que o mercado de trabalho vem consolidando uma trajetória positiva. Agora é hora de consolidar esses ganhos com políticas que ampliem a formalização e valorizem os salários.
Texto originalmente publicado no site do PT.