O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a absolvição de 18 jovens presos em 4 de setembro de 2016 acusados de fazerem parte de um grupo chamado black blocks e de orquestrarem atos de vandalismo durante manifestações contra o então presidente Michel Temer no processo de impeachment de Dilma Rousseff. A prisão foi orquestrada de forma premeditada pelo então capitão do Exército, Willian Pina Botelho. O militar se infiltrou, por meio de um aplicativo de relacionamento, em grupo dos jovens e organizou a prisão do grupo.
Para o líder da Minoria no Congresso, deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), a decisão coloca fim há quatro anos de “pesadelo e perseguição” contra integrantes de movimentos sociais. “Esses jovens e suas famílias passaram por anos de terror. Uma ação de arapongagem foi construída para criminalizar movimentos sociais”, destacou.
Ao comentar a decisão, Zarattini lamentou que a ação do militar não tenha sido investigada a fundo. “O setor de inteligência operado pelas Forças Armadas e do governo ao que parece foi usado para repressão e perseguição contra participantes de atos democráticos. Uma coisa é serviço de inteligência e outra é arapongagem criminosa contra jovens integrantes de movimentos sociais”.
Foto: Arquivo pessoal – Gabriel Cunha Risassi, um dos presos pela PM e absolvidos no caso dos 18 do CCSP e sua mãe, Rosana Cunha.