Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) criticou a tentativa da ala bolsonarista de pautar o Projeto de Lei 2.858/2022, que visa conceder anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo e invasão das sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro. “O fato é que os golpistas tinham como objetivo impedir a posse do presidente Lula, eleito democraticamente”, afirmou o parlamentar.
O tema estava em discussão na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e agora, por decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), será debatido em uma Comissão Especial. Na avaliação do deputado, a decisão permitirá que o projeto seja mais debatido e também cobrou a punição da alta cúpula do governo Bolsonaro envolvida na articulação golpista. “Foi muito importante a decisão Lira, mas o importante é que aqueles que planejaram o golpe também sejam punidos com rigor”,afirmou.
Zarattini também ressaltou que a anistia proposta não beneficia apenas os manifestantes presentes nos atos de invasão, mas visa proteger figuras políticas de alto escalão do governo Bolsonaro, incluindo o próprio ex-presidente. “No fundo, essa anistia não é para os que participaram dos atos, mas para aqueles que realmente tentaram envolver as Forças Armadas numa tentativa de golpe no Brasil. E quem são eles? O ex-presidente Bolsonaro, que foi aos EUA esperando que o golpe se concretizasse. O general Braga Netto, que visitava acampamentos em frente aos quarteis. Além do general Heleno e o general Paulo Sérgio, figuras que atuaram para descredibilizar as urnas eletrônicas. Esses sim são os verdadeiros golpistas, os que tramaram contra a nossa democracia.”
O parlamentar também criticou a hipocrisia da extrema direita nas discussões sobre anistia, uma vez que os parlamentares bolsonaristas, que hoje pedem perdão aos envolvidos nos atos antidemocráticos, anteriormente condenaram figuras como José Dirceu, alvo de perseguição na Operação Lava Jato. “Zé Dirceu lutou anos na Justiça para reverter as condenações absurdas e infundadas da Operação Lava Jato e jamais fugiu do país”.
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