A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e será distribuída gratuitamente a partir de fevereiro do ano que vem.
Em publicação nas redes sociais, Trindade ressaltou, no entanto, que as doses oferecidas inicialmente pela farmacêutica que produz o imunizante são limitadas. Portanto, a campanha de vacinação vai priorizar grupos e regiões mais vulneráveis.
Ainda de acordo com a postagem, a determinação segue análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) sobre acesso e custo-benefício.
“Incorporamos a vacina da dengue ao SUS. O Brasil será o primeiro país com sistema universal como o nosso a dar acesso público a ela”, escreveu a ministra.
O processo de imunização em 2024 vai contar com 6,2 milhões de doses, que chegarão a 3,1 milhões de pessoas, por limitação da fabricante. Mas a ministra destacou que o governo já trabalha com a possibilidade de produção em território nacional.
“Estamos discutindo uma transferência de tecnologia com a empresa e é muito provável que consigamos um resultado positivo. Temos dois grandes laboratório, Butantan e Fiocruz, com capacidade de produção para chegarmos à escala de que nosso país e população precisam”, disse Trindade.
O imunizante Qdenga, fabricado pela Takeda Pharma, é composto por quatro sorotipos do vírus da doença. Ele foi aprovado para comercialização no Brasil em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Administrada em duas doses injetáveis, com intervalo de três meses entre as aplicações, a vacina tem grau de eficiência de 66,2% entre pessoas que nunca tiveram dengue antes e de 76,1% entre as que já tiveram a doença.
A Anvisa recomenda a vacina para pessoas entre quatro e 60 anos de idade. Até então, o único imunizante aprovado no país, Dengvaxia, era destinado apenas para quem já havia tido dengue.
Texto originalmente publicado em Brasil de Fato