Zarattini defende avanço das investigações sobre articuladores da tentativa de golpe de Estado
O parlamentar ressaltou que a “intentona golpista” não teve início no dia 8 de janeiro. Ele recorda que começou muito antes, quando o general Paulo Sérgio trabalhou para deslegitimar as urnas eletrônicas
27 set 2023, 13:43 Tempo de leitura: 2 minutos, 7 segundosDurante discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) pediu que os parlamentares membros da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro investiguem a fundo os fatos que culminaram com os ataques às sedes dos poderes da República, inclusive sobre a possível participação de militares do alto comando das Forças Armadas.
“Vão fundo para puxar o fio desse novelo porque muita coisa vai sair daí. Tem muita gente que precisa pagar por orquestrar essa tentativa de golpe e nós precisamos limpar a área e colocar o Brasil no rumo da democracia e do desenvolvimento”, disse.
O parlamentar ressaltou que a “intentona golpista” não teve início no dia 8 de janeiro. Ele recorda que começou muito antes, quando o general Paulo Sérgio trabalhou para deslegitimar as urnas eletrônicas, mudança no comando das Forças Armadas e os acampamentos em frente aos quartéis.
Mudanças: Na fala, Zarattini também defendeu que é necessário rever o artigo 142 da Constituição Federal. Na avaliação dele os fatos expostos pelo tenente-coronel Mauro Cid em depoimento à polícia, após fechar acordo de colaboração com a Justiça, mostram que utilizaram esse a legislação para orquestra um golpe de Estado. “Essa sequência de fatos tem demostrado que nós aqui no Congresso Nacional devemos aprofundar o papel dos militares na gestão do país, o papel dos militares na segurança nacional e, justamente, rever aquilo que está escrito no artigo 142 que da atribuição a esses militares de trabalhar, de também se envolver na garantia da Lei e da ordem (GLO). Nós temos que afastar os militares da política”, enfatizou.
O parlamentar é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que seja alterado o artigo 142 e haja delimitação do papel das Forças Armadas. “Os militares têm que ser profissionais, têm que se ater à defesa do território nacional, à defesa do nosso povo, a garantir a soberania nacional. E isso, não vem sendo feito a contento. Eles têm que se dedicar a isso. Nós vimos durante o governo de Bolsonaro o quanto os militares foram envolvidos na administração civil, o quanto eles se envolveram na política e é isso que nós precisamos mudar agora”, concluiu.
Confira o discurso na íntegra: