Ao receber apoio do Solidariedade, Lula ainda disse que é preciso garantir segurança nas periferias, para que jovens possam viver em paz, e anunciou o plano de estimular o empreendedorismo via BNDES.
Ao receber apoio do partido Solidariedade, nesta terça-feira (3), Lula defendeu que, caso a chapa que formará com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) vença as eleições, a distribuição de renda e a geração de empregos para os jovens seja uma obsessão do novo governo.
“Nós precisamos garantir emprego. O emprego tem que ser uma obsessão. Nós vamos ter que fazer das tripas coração para que a gente possa garantir a essa juventude, primeiro, a oportunidade de estudar, segundo, a oportunidade de trabalhar e, terceiro, a oportunidade e a certeza de que não serão violentados pela agressividade nas periferias deste país”, discursou.
Lula afirmou que é preciso mudar a lógica perversa de uma economia na qual a Bolsa de Valores sobe, mas a qualidade de vida da população, não. “Quando a gente ouve a notícia de que a Bolsa subiu, o PIB cresceu, temos de olhar se, no fim do mês, o nosso holerite de pagamento cresceu. Nós precisamos pagar uma dívida social que é secular: a dívida com o povo trabalhador deste país. Ninguém de nós que é cristão, ninguém de nós que diz que acredita em Deus pode dormir tranquilo sabendo que tem criança morrendo de fome, que tem gente pegando osso na fila de açougue e carcaça”, prosseguiu.
Segundo o ex-presidente, o Brasil precisará de um Estado mais comprometido com o desenvolvimento econômico e social. E defendeu o estímulo ao empreendedorismo real, ou seja, aquele feito por micro, pequenos e médios empresários. “A gente não pode aceitar a ideia de que o cara que trabalha de bicicleta entregando comida é empreendedor”, alertou.
Para estimular a abertura de pequenos negócios que sejam sustentáveis, Lula anunciou o plano de transformar o BNDES. “Precisamos ter uma política muito forte de empreendedorismo. Nós precisamos apostar muito na pequena, na média e na microempresa. Precisamos transformar o BNDES, que não pode mais ser um banco só para emprestar dinheiro para grandes empresas, multinacionais. Precisamos ter, no BNDES, uma carteira específica para cuidar de pequeno e médio empresário neste país para gerarmos empregos. Para incentivar a pessoa que quer ser empreendedora. Tem gente que quer começar. Vamos confiar nessa pessoa e garantir que ela tenha a oportunidade de se transformar num grande empreendedor.”
Lula agradeceu tanto ao Solidariedade quanto ao presidente do partido, Paulinho da Força, pelo apoio dado a ele e a Alckmin. E avisou que fazer a transformação de que o Brasil precisa não será fácil e necessitará muito da eleição de deputados e senadores comprometidos com a mudança. Por isso, Lula avisou que vai divulgar o nome dos candidatos ao Congresso que o apoiam em todos os atos públicos de que participar até o dias das eleições. “Quem quiser ficar na rede social que fique. Eu vou viajar para conversar com o povo brasileiro”, anunciou.
Movimento em favor do Brasil
O evento, que recebeu o nome de “Com Solidariedade e Lula, a gente muda o Brasil” (assista à íntegra abaixo), reuniu lideranças de diversos partidos, incluindo daqueles que já declaram apoio a Lula – PCdoB, PV, PSB, Rede e PSol. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, agradeceu a adesão do Solidariedade ao que chamou de “movimento em favor do Brasil e do povo brasileiro”.
“Essa unidade que estamos construindo é muito importante para o país, para o presente e o futuro próximo. Não podemos deixar que este país continue resgatado pelo ódio, pela arma, pela ignorância, pela ineficiência e contra o povo brasileiro. Aqui nesta casa hoje estão aqueles que acreditam no povo, que acreditam no Brasil. Que sabem que é o trabalho, o amor, a solidariedade, a comunhão, a unidade mesmo na adversidade que faz as coisas avançarem”, afirmou.
Pré-candidato a vice-presidente ao lado de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin afirmou que o ex-metalúrgico representa a esperança de dias melhores. “No tempo do Lula, o salário mínimo cresceu muito acima da inflação, o povo consumiu, a economia avançou, o emprego cresceu e não teve inflação”, lembrou. “Hoje, a gente vê um ajuste fiscal em cima do mais pobre, não repõe nem a inflação, porque a inflação de alimentos é muito mais alta. Portanto, eu não tenho dúvidas, o Brasil vai mudar, o Brasil precisa mudar. Política é esperança, e esperança hoje no Brasil é o presidente Lula”, completou.
Paulinho da Força, por sua vez, explicou por que o Solidariedade decidiu apoiar Lula. “Nunca teve tanta gente na rua, tanta gente desempregada, a inflação voltou, esse Bolsonaro destruiu o Brasil. Então, precisamos juntar forças para a gente fazer um novo Brasil. Precisamos voltar a ter uma política do salário mínimo, a ter reajuste para os aposentados, acabar com o desemprego.”
Para Paulinho, Lula é o único com condições de unir todas as pessoas que querem um Brasil diferente e querem tirar Bolsonaro. E avisou aos companheiros presentes: “A eleição não está ganha. Vamos enfrentar uma guerra não só com a direita do Brasil, mas com a direita do mundo, que vai estar jogando aqui contra nós. É fake news de todos os lados”, alertou, conclamando todos à luta para recuperar o Brasil para os brasileiros.
Da Redação
Matéria publicada originalmente no site do PT e replicada neste canal.