Mesmo com a crise, Bolsonaro autoriza reajuste de cerca de 13 mil remédios, o maior aumento da década
Não bastasse a carestia dos alimentos, dos combustíveis, do gás de cozinha, a corrosão dos salários dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, Bolsonaro autorizou o maior aumento da década no preço dos medicamentos. O reajuste de até 10,9% vai afetar o bolso do povo e dos mais pobres em cerca de 13 mil remédios.
Por lei, conforme o Sindicato da Indústria Farmacêutica, o reajuste é autorizado uma vez por ano pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). A partir desta quinta-feira, 31, a alteração nos preços está autorizada pelo governo federal.
Para o senador Humberto Costa (PT/PE), o efeito Bolsonaro na carestia de vida dos brasileiros e brasileiras é um ato proposital.
“Esse governo, inegavelmente, é pautado pela necropolítica. Adoecer e matar os mais pobres é um ato deliberado. Vimos isso, em larga escala, durante os períodos mais duros da pandemia. Vemos, agora, de novo, em um momento em que a população não pode nem comer, o Planalto autorizar aumento de medicamentos. É uma sentença de morte aos mais vulneráveis, para os quais Bolsonaro e Paulo Guedes sempre viraram as costas.”
Em abril de 2021, ainda no auge da pandemia da Covid-19, os remédios tiveram o maior aumento de preços dos últimos cinco anos, quando os valores do “kit intubação” tiveram aumentos abusivos de até 894%.
Farmácia Popular
A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores (PT), Eliane Cruz, relembra o trabalho nos governos de Lula e Dilma para diminuir o preço dos medicamentos com o Programa Farmácia Popular, extinto após o golpe de 2016.
“Aumentar o preço em um momento com a inflação tão alta é mais uma política de fragilização da vida e da saúde do povo”.
Estratégia simples e eficaz
O programa Farmácia Popular marcou o primeiro ano do governo Dilma, com uma estratégia tão simples quanto eficaz.
Como mais de 60% das mortes com causas conhecidas no país tinham relação com o diabetes e a pressão alta, o governo federal passou a financiar os medicamentos para tratar essas doenças. E as pessoas passaram a ter o direito de adquiri-los nas farmácias de graça. Em 2012, três medicamentos para asma, doença que mais provocava internação de crianças, foram incluídos.
Em 2016, o total de beneficiados passava de 30 milhões. E o país ainda havia economizado, porque a distribuição de remédios reduziu o número de internações, que custava muito mais ao SUS. Em 2017, Temer extinguiu o programa.
Da Redação, com informações da Gazeta do Povo
Matéria publicada originalmente no site Partido dos Trabalhadores e replicada neste canal.