O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro desrespeitou, mais uma vez, as instituições democráticas do Brasil. Na manhã desta quinta-feira (28), na saída do Palácio do Planalto, Bolsonaro criticou as investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) e a ação da Polícia Federal contra empresários e políticos bolsonaristas acusados de disseminarem notícias falsas; fez ameaças aos poderes e mandou jornalistas calarem a boca. O presidente ameaçou diretamente o STF dizendo que “não teremos outro dia como ontem, chega.”
“A notícia de que ontem (27) foi o último dia que o Brasil foi triste, eu entendi que Bolsonaro iria renunciar hoje (28), porque aí sim o Brasil ficaria muito feliz”, ironizou o líder da Bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PR). Porém, para o deputado, a frase do presidente foi uma ameaça. “O que ele disse foi uma ameaça, uma ameaça que não tem a mínima condição de ser atingida. Isso mais uma vez mostra, primeiro que o Bolsonaro não respeita a Constituição brasileira; segundo, não respeita as instituições democráticas e está ameaçando uma intervenção no Estado de direito, porque o Supremo Tribunal Federal está exigindo que se cumpra a lei”, avalia o líder petista.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) mandou um recado ao presidente do Brasil. “Bolsonaro disse chega e nós dizemos pra ele também: chega! Chega de milícia digital, chega de gabinete do ódio, chega de bandidagem e chega de transgressão contínua do Estado de direito. Não dá mais para continuar”.
Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Bolsonaro está contra o STF e contra a democracia. “Suas palavras antidemocráticas escreverá seu nome na história como o autoritário que ele é. Enquanto isso, mais de 25 mil brasileiros morrem pela Covid-19”, afirmou.
Polícia Política
A Polícia Federal realizou, um dia antes (26), uma operação na casa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Na ocasião Bolsonaro elogiou a conduta da PF. “Hora, quando a Polícia Federal investigou o governador Witzel ele disse que estava bom, agora quando a Polícia Federal investiga as pessoas próximas a ele aí a Polícia Federal não está boa? Afinal de contas, o que ele quer?”, questionou o líder Enio Verri.
Enio observou ainda que Bolsonaro quer uma Polícia Federal só para ele. “Para investigar só o que ele acha bom, isso não é democrático. Ele está querendo de fato é uma Polícia política”, destacou o líder do PT na Câmara.
“Mais do que nunca a população brasileira tem que exigir que a Constituição seja cumprida e respeitada e que os poderes executivo, legislativo e judiciário trabalhem de forma harmoniosa apesar do presidente que temos”, argumentou o parlamentar.
Fora Bolsonaro
Os parlamentares da Bancada do PT na Câmara defendem a saída de Bolsonaro, uma vez que País não aguenta mais esse desgoverno. Margarida Salomão cobrou atitude dos outros poderes contra o autoritarismo de Bolsonaro e conclamou por Fora Bolsonaro. “É fora, Bolsonaro, agora. Hoje, não dá para adiar para amanhã! Espero que as instituições, os poderes constituídos compreendam que nós chegamos ao limite e, por isso, o impeachment tem que ser pautado já”, defendeu.
O líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que Bolsonaro “já passou de todos os limites e a cada instante ele agride a democracia, a ordem constitucional democrática e, principalmente, a liberdade de imprensa”. Guimarães defendeu o fim do governo de Bolsonaro. “É preciso que as forças democráticas do País se unam para pôr fim a essa sanha autoritária que está presente dentro do Palácio do Planalto. Não é possível mais conviver com tanto autoritarismo, o Brasil não suporta mais Bolsonaro, é preciso pôr fim a este governo, porque a democracia não resistirá a Bolsonaro por mais três anos”.
Matéria originalmente publicada no site PT na Câmara e replicada neste canal.