O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (PSL). Entre elas, há nove suspeitos que são parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, a segunda esposa de Jair Bolsonaro (PSL) e mãe do seu quarto filho, Jair Renan. O Ministério Público investiga um esquema criminoso de desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e, segundo publicou a Revista Época, nesta quinta-feira (6), os familiares de Jair devolviam 90% dos salários recebidos no Legislativo carioca.
A publicação ouviu uma pessoa próxima à família, sob condição de anonimato, que disse que os parentes nomeados nunca fizeram o trabalho de assessoria parlamentar na cidade ou na Alerj. Ainda de acordo com a Época, a fonte disse que dois familiares admitiram que repassavam 90% dos salários, em dinheiro vivo, de volta para Flávio. A revista revelou ainda ter acesso a duas gravações com os relatos de familiares. Três dos parentes foram lotados pelo próprio Jair Bolsonaro, em seu gabinete, quando era deputado federal em Brasília.
A única tarefa que os parentes nomeados era distribuir santinhos no período de campanha pela reeleição de Flávio e Jair Bolsonaro, de quatro em quatro anos. Após a quebra do sigilo, o MP revelou que há indícios da existência de uma organização criminosa no gabinete da Alerj.
Segundo a denúncia, o esquema criminoso existe desde 2007. Para os promotores, de acordo com O Globo, “não parece crível” que Fabrício Queiroz seja o líder da organização sem o conhecimento de seus “superiores hierárquicos durante tantos anos”.
Compra de imóveis para lavagem de dinheiro
O MP do Rio também revelou, nesta quinta (6), que há indícios de que Flávio comprou e vendeu imóveis para lavar dinheiro. Segundo reportagem da Veja, o relatório dos promotores afirma que há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”.
Os investigadores apontaram que o filho de Jair Bolsonaro investiu R$ 9,4 milhões na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul do Rio e na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, entre 2010 e 2017, quando ocupava o cargo de deputado. Por conta das transações suspeitas, o senador lucrou mais de R$ 3 milhões.
Ainda segundo o MP, a suposta fraude com imóveis pode ter ocorrido para “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Alerj.
Fonte: Agência PT de Notícias, com informações da Época e Veja