Militares precisam pagar pela participação no 8 de janeiro, defende Zarattini

O parlamentar defendeu o afastamento de militares da política e a alteração do artigo 142 da Constituição Federal

21 mar 2024, 17:12 Tempo de leitura: 1 minuto, 59 segundos
Militares precisam pagar pela participação no 8 de janeiro, defende Zarattini
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

Durante fala no Plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) criticou a participação de militares na trama golpista de Jair Bolsonaro, reveladas pela investigação da Polícia Federal. O parlamentar defendeu o afastamento de militares da política e a alteração do artigo 142 da Constituição Federal, com foco em determinar de forma clara o papel das Forças Armadas.

As informações divulgadas até o momento revelaram o apoio de alguns comandantes e generais das Forças Armadas no planejamento da tentativa de golpe de Estado. Militares que participaram ativamente do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em seu discurso, Zarattini lembrou os 60 anos do golpe militar de 1964 que instaurou no país uma ditadura que perdurou por 21 anos, fazendo uma correlação à tentativa golpista de Bolsonaro, que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. “Não queremos viver outra ditadura como a de 1964. Precisamos preservar a nossa democracia e estabelecer claramente o papel dos militares na estrutura do poder do Brasil”, disse.

O parlamentar defendeu o afastamento dos militares da ativa do exercício da política e a alteração do artigo 142, segundo ele, para dar fim a interpretação errônea de que os militares são um tipo de Poder Moderador. “Vamos lutar pela modificação do artigo 142. As Forças Armadas têm que se dedicar à defesa da soberania nacional, defesa do território e garantir a segurança dos brasileiros e se um militar quiser concorrer a cargo político deverá se afastar da carreira tal qual juízes e promotores”, declarou.

Trama golpista: As informações divulgadas pela Polícia Federal sobre a trama golpista colocam Bolsonaro como um dos principais articuladores da tentativa de golpe de Estado. A trama tinha como objetivo causar no dia 8 de janeiro uma instabilidade que abrisse caminho para uma ação militar contra o governo Lula.

“Estamos acompanhando, sem surpresa, mas estarrecidos, as revelações da Polícia Federal sobre a tentativa orquestrada por Bolsonaro e sua trupe. Está ficando claro que havia toda uma armação para evitar que Lula ganhasse a eleição e que se caso ganhasse não tomasse posse”, enfatizou Zarattini.

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