Efeito Lula: desmatamento da Mata Atlântica despenca 59% entre janeiro e agosto

Queda refere-se ao mesmo período de 2022. Resultado é fruto de ações do governo de fiscalização, aplicação de multas e embargos e suspensão do crédito de produtores rurais que desmataram o bioma

29 nov 2023, 15:46 Tempo de leitura: 3 minutos, 36 segundos
Efeito Lula: desmatamento da Mata Atlântica despenca 59% entre janeiro e agosto
Tomaz Silva / Agência Brasil

O Brasil dá uma guinada em sua política ambiental e vai pondo fim ao apagão ambiental dos últimos quatro anos. A queda de 59% no desmatamento da Mata Atlântica de janeiro a agosto, em comparação com o mesmo período de 2022, mostra o compromisso do governo Lula com a reversão dos indicadores desastrosos do governo anterior e com a preservação do meio ambiente.

O resultado exitoso é fruto das ações do governo na intensificação da fiscalização, aplicação de multas e embargos e suspensão do crédito de produtores rurais que desmataram o bioma, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, que divulgou nesta quarta-feira, 29, o levantamento feito junto com o Sistema de Alertas de Desmatamento, Arcplan e o MapBiomas.

Os avanços do governo brasileiro na preservação da Mata Atlântica vêm junto com a 28ª edição da Conferência do Clima, a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes, e se somam ao cumprimento de promessa de campanha do presidente Lula de desmatamento zero na Amazônia. A última avaliação mostrou a maior redução em 11 anos, de 22%, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no começo de novembro.

Dados são surpreendentes, diz diretor do SOS Mata Atlântica

O levantamento dos dados sobre a Mata Atlântica mostra a tendência de redução significativa no desflorestamento do bioma já observada desde o início do ano, de acordo com a SOS Mata Atlântica. A área desmatada este ano até agosto foi de 9.216 hectares, bem menor que os 22.240 hectares no mesmo período do ano passado.

Dados são surpreendentes, diz diretor do SOS Mata Atlântica

O levantamento dos dados sobre a Mata Atlântica mostra a tendência de redução significativa no desflorestamento do bioma já observada desde o início do ano, de acordo com a SOS Mata Atlântica. A área desmatada este ano até agosto foi de 9.216 hectares, bem menor que os 22.240 hectares no mesmo período do ano passado.

“Tem uma disputa dos produtores, de donos de terra, mas a gente tem um problema também com órgãos ambientais estaduais e municipais que não aplicam a Lei da Mata Atlântica adequadamente”, informou o diretor à Agência.

A expectativa da Fundação SOS Mata Atlântica é que o governo consiga chegar ao desmatamento zero no bioma. Guedes avalia que a redução mostra que a mudança na gestão federal teve impacto prático e rápido na Mata Atlântica.

“Mais do que interromper o desmatamento, é fundamental fazer da restauração de florestas uma prioridade. Nesse sentido, a Mata Atlântica pode ser um exemplo para o mundo, combatendo as crises ambientais e climáticas, além de garantir água, alimentos, saúde e bem-estar nas cidades”, completou o diretor.

Relatório aponta queda em 15 estados

O Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) mostra queda no desmatamento em todos os 15 estados que compõem o bioma, um dos seis existentes no território brasileiro e uma das áreas mais ricas em espécies da fauna e da flora.

No Paraná e Santa Catarina a diminuição foi de 64% (de 2.763 para 992 hectares desflorestados) e 66% (de 1.816 para 600 hectares desflorestados), respectivamente, conforme publicado pelo site G1.

Minas Gerais teve queda de 62% (9.570 para 3.599 hectares desmatados) e teve também mais números de alertas, com 1.513 em 2022 e 700 em 2023.

São Paulo passou de 314 hectares para 208, queda de 33%. O Espírito Santo passou de 469 hectares para 315, menos 32%. O Rio de Janeiro teve 66% menos hectares desmatados, de 367 a 123 em 2023.

Para elaborar os relatórios, o SAD utiliza uma classificação automática de indícios de desmatamento baseado na comparação entre imagens de satélite Sentinel 2 (dez metros de resolução). Os focos de potencial desmatamento são enviados para o MapBiomas Alerta e então validados, refinados e auditados individualmente em imagens de alta resolução.

Cada desmatamento confirmado é cruzado com informações públicas, incluindo as propriedades do Cadastro Ambiental Rural (CAR), embargos e autorizações de desmatamento do SINAFLOR/IBAMA, para disponibilização em uma plataforma única, aberta e transparente que monitora todo território brasileiro, segundo o site CicloVivo.

Matéria Da Redação da Agência PT