Chefe do BC de Bolsonaro atropela dados positivos na economia e sabota crescimento

O remédio amargo do Banco Central está matando a economia e vai levar muitas empresas à falência, afirma Zarattini

14 jun 2023, 17:37 Tempo de leitura: 2 minutos, 26 segundos
Chefe do BC de Bolsonaro atropela dados positivos na economia e sabota crescimento

O roteiro tornou-se repetitivo: o país apresenta resultados na economia positivamente surpreendentes toda semana. Projeções de crescimento do PIB são revistas para cima, enquanto as da inflação declinam. Nesta segunda-feira (12), por exemplo, o mercado financeiro reduziu, pela quarta vez, a estimativa do IPCA de 2023. A queda foi de 5,69% para 5,42%. No acumulado de 12 meses, chegamos ao menor índice em três anos, 3,94%. Dentro, portanto, do teto da meta do Banco Central (BC), de 4,75%, mantido o centro em 3,25%. E o que faz o presidente do BC, Roberto Campos Neto? Nada.

Oficialmente, Campos Neto comemora os números e elogia os esforços da equipe econômica do governo. Mas não larga mão de seu bolorento economês de burocrata de banco, cultivado com esmero nas salas bem refrigeradas do BC. Tudo para não dizer o que o povo brasileiro quer ouvir desde que apertou 13 nas urnas: quando o dândi do mercado financeiro irá finalmente reduzir a taxa Selic, cujo patamar de 13,75% representa uma verdadeira catástrofe para a atividade produtiva.

“A curva de juros futuros tem tido queda relevante”, discursou Neto, durante evento do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), na segunda-feira. “Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para a atuação da política monetária à frente”, afirmou o presidente do BC, sem dar qualquer pista do que significa “à frente”.

Choque de realidade
Enquanto Neto pensa se vai algum dia dar a resposta que a população precisa ouvir, a sociedade reage e aumenta a pressão para por fim à sabotagem ao crescimento econômico encampada pelo chefe do BC. Ao lado dele no evento do IDV, a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, tratou de dar um choque de realidade no príncipe do capital financeiro.

“A nossa realidade é diferente, o varejo puxa tudo, a indústria, a produção”, explicou Trajano. “Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar, nem sempre esse remédio amargo também resolveu a inflação. Já tivemos muito remédio amargo, se estou defendendo é pela pequena e média empresa. Queria pedir, por favor, para dar um sinal de [que vai] baixar esses juros”, cobrou a empresária.

Quebradeira
“Uma coisa é, dentro de uma sala, a gente pensar tecnicamente, acho muito bom, mas outra coisa é a realidade”, disparou Trajano. “Sem um sinal, não vamos aguentar, quantas lojas aqui já foram fechadas? Queria te pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal —e não é de 0,25 ponto, precisamos de mais”.

Um hesitante Neto se limitou a dizer que o cenário será outro daqui a um ano, quando ele deve participar novamente do IDV e analisar a “variação” do quadro em “retrospectiva”. A invertida de Trajano foi mortal: “Vai ter muita gente quebrada já”.

Publicado no site PT na Câmara