Bolsonaro corta 60% do orçamento federal para tratamento de câncer

Governo retira até 61% do orçamento para comprar equipamentos e reformar maternidades e hospitais de oncologia

27 out 2022, 12:01 Tempo de leitura: 2 minutos, 49 segundos
Bolsonaro corta 60% do orçamento federal para tratamento de câncer

A crueldade de Bolsonaro com a saúde do povo brasileiro não tem limites. Insistente nos retrocessos e desmontes, Bolsonaro cortou verba para tratamento contra o câncer.  A perda de até 61% do orçamento vai impedir a compra de equipamentos, medicamentos e reformas de maternidades e hospitais de oncologia.

A verba para 2023 foi reduzida em 45%, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões. Bolsonaro ainda retirou 59% das verbas previstas para programa de medicamentos, que atende mais de 21 milhões de brasileiros e brasileiras.

Com mais esse ataque à saúde do povo brasileiro, o Ministério da Saúde deixará de repassar dinheiro a governos estaduais, prefeituras e entidades sem fins lucrativos para implementar, aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalares e ambulatoriais.

A redução na reserva de dinheiro público para incrementar a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados fazem parte de redes focadas em gestantes e bebês, na Rede Cegonha; em dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais, Rede de Atenção Psicossocial – Raps; e na Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltado para reabilitação.

Desmonte geral na Saúde

O impacto dos desmontes de Bolsonaro também alcança a Rede de Atenção a Pessoas com Deficiência, com o corte de 56% no orçamento, passando de R$ 133 milhões para R$ 58 milhões.

A Rede Cegonha e a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) tiveram redução de 61%, com perdas, respectivamente, de R$ 44 milhões para R$ 17 milhões e de R$ 18 milhões para R$ 7 milhões. As despesas diversas caíram de R$ 150 milhões para R$ 23 milhões.

O acesso a médicos em áreas remotas da Amazônia também foi prejudicado. Os atendimentos e consultas feitos por militares do Exército e da Marinhaa ribeirinhos e moradores de regiões de fronteira ou difícil acesso serão limitados, por causa da queda orçamentária.

Além disso, o repasse do Fundo Nacional de Saúde aos comandos militares cairá para R$ 8,1 milhões, ante os R$ 21 milhões transferidos atualmente.

A saúde indígena também será afetada com as maiores perdas nas ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde nas tribos e saneamento básico em aldeias. De um total de R$ 1,64 bilhão atualmente, a saúde indígena terá em 2023 somente R$ 664 milhões.

O Brasil Sorridente, programa com foco na saúde bucal, também perdeu 61% das verbas destinadas a compra de equipamentos odontológicos, reforma e construção de centros de especialidades e laboratórios de próteses dentárias. Antes com R$ 27 milhões, o programa agora terá R$ 10,5 milhões.

“No Brasil pós-pandemia, mais uma vez perde a população e os investimentos estratégicos para estruturar a rede, que serão reduzidos em prol de gastos de baixa qualidade, que atendem muitas vezes interesses particulares em detrimento da alocação a partir da gestão tripartite do SUS (Sistema Único de Saúde)”, diz o economista Carlos Ocké, doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, em entrevista ao jornal Estadão.

Da Redação, com informações do Estadão

Matéria publicada no site Partido dos Trabalhadores e replicado neste canal.