O povo paga a conta da farra: acionistas da Petrobras ganham mais R$ 24 bi

Jair Bolsonaro segue promovendo a farra do capital privado por meio dos lucros extorsivos concedidos aos acionistas da Petrobras. No ano passado, por exemplo, foram distribuídos nada menos do que R$ 72,7 bilhões em dividendos, um recorde na história da empresa.

22 jun 2022, 12:05 Tempo de leitura: 3 minutos, 39 segundos
O povo paga a conta da farra: acionistas da Petrobras ganham mais R$ 24 bi

Nesta segunda (20), empresa pagou 1ª parcela de R$ 48,5 bilhões a acionistas privados, enquanto gasolina encosta nos R$ 9. “Petrobras voltará a ser uma empresa integrada de energia”, promete Lula.

Imagem: site do PT

Enquanto o povo é penalizado pelos aumentos abusivos dos preços dos combustíveis – já há postos vendendo gasolina a quase R$ 9 -, Jair Bolsonaro segue promovendo a farra do capital privado por meio dos lucros extorsivos concedidos aos acionistas da Petrobras. Em meio ao caos provocado por mais uma demissão no comando da empresa, a de José Mauro Coelho, a Petrobras pagou, nesta segunda-feira (20), a primeira parcela dos R$ 48,5 bilhões que serão repassados em remuneração aos acionistas. O valor pago foi de R$ 24,25 bilhões, dos quais a União recebeu R$ 8,85 bilhões.

“O total destinado para dividendos pela Petrobras no primeiro trimestre de 2022 soma R$ 48,5 bilhões, sendo R$ 17,7 bilhões para a União (União Federal, BNDES e BNDESPar), anunciou a petrolífera, comunicado. “Os valores serão pagos em parcelas iguais nos meses de junho e julho”. A empresa declarou um lucro líquido R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre, o maior já registrado por uma empresa de economia mista no país.

A farra dos acionistas amigos do ministro apreciador de paraísos fiscais Paulo Guedes vem garantindo tempos de bonança para essa turma. No ano passado, por exemplo, foram distribuídos nada menos do que R$ 72,7 bilhões em dividendos, um recorde na história da empresa.

Enquanto manifesta sua esquizofrenia política, vociferando contra a Petrobras como se não fosse responsável pela política equivocada de Preço de Paridade de Importação (PPI) que, na pratica, dolariza os preços dos combustíveis, Jair Bolsonaro mente para tentar se distanciar do problema, colocando a culpa em um presidente, afinal, indicado por ele. Com isso, graças à incompetência de seu governo, pela primeira vez o preço do diesel superou o da gasolina em capitais como Porto Alegre (RS).

Criminalizar para privatizar

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) denunciou os ataques à empresa. “Essa é a desculpa do Bolsonaro, do Lira, que estão defendendo o indefensável”, desabafou Gass, nesta terça-feira (21), em entrevista ao Jornal PT Brasil. “Já passaram pela pandemia, pela guerra, pelo ICMS, pela troca de presidentes… nada disso vai resolver”, afirmou Gass, ao elencar todas as desculpas de Bolsonaro para tentar esconder a própria incapacidade gerencial.

“Ele diz que tem que trocar o presidente da Petrobras. Tem que trocar é o presidente da República. O Lira deveria abrir um processo de impeachment, e não de abertura de CPI da Petrobras”, criticou Bohn Gass. Para o petista, a estratégia da dupla é criminalizar a empresa para justificar sua privatização. “E eles querem fazer isso rapidamente, porque sabem que o Lula vai ganhar em 2 de outubro”, condenou Gass.

Lula quer segurança energética e autossuficiência

Crítico ferrenho do atual sistema de preços e da privatização da Petrobras, o ex-presidente Lula defende que a empresa retome o controle de toda a cadeia de produção, do refino ao posto, para garantir autossuficiência e preços de combustíveis baratos para a população e, assim, recuperar a soberania perdida para o entreguismo do governo de Bolsonaro.

“A Petrobras terá seu plano estratégico e de investimentos orientados para a segurança energética, a autossuficiência nacional em petróleo e derivados, a garantia do abastecimento de combustíveis no país”, destaca o texto que integra o documento Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil 2023-2026, que será detalhado nesta terça.

“Portanto, [a Petrobras] voltará a ser uma empresa integrada de energia, investindo em exploração, produção, refino e distribuição, mas também atuando nos segmentos que se conectam à transição ecológica e energética, como gás, fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis. É preciso preservar o regime de partilha, e o fundo social do pré-sal deve estar, novamente, a serviço do futuro”, aponta o programa da frente “Vamos juntos pelo Brasil”, formada por PT, PSB, PCdoB, PV, PSOL, REDE e SOLIDARIEDADE.

Da Redação, com G1

Matéria publicada originalmente no site do PT e replicada neste canal.