Trabalho: Bolsonaro e Guedes acentuam precarização e informalidade

A precarização, fenômeno do pós-Golpe de 2016 que ganhou corpo com a Reforma Trabalhista do usurpador Temer, assume contornos cada vez mais nítidos no desgoverno de Bolsonaro.

19 maio 2022, 18:41 Tempo de leitura: 3 minutos, 43 segundos
Trabalho: Bolsonaro e Guedes acentuam precarização e informalidade

País abandonou era de pleno emprego no governo Dilma, em 2014, perdendo 2,8 milhões de trabalhadores com assinada em 8 anos. Número de informais aumenta em 6,3 milhões.

Imagem: site do PT

A precarização, fenômeno do pós-Golpe de 2016 que ganhou corpo com a Reforma Trabalhista do usurpador Temer, assume contornos cada vez mais nítidos no desgoverno de Bolsonaro e do apreciador de paraísos fiscais, Paulo Guedes, o czar da Economia. Como resultado de uma política de massacre aos trabalhadores, o emprego formal perdeu nada menos do que 2,8 milhões de postos formais desde 2014, quando, sob Dilma, o Brasil vivia uma situação de pleno emprego. A estimativa foi divulgada pela LCA Consultores, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do IBGE.

Ao contrário de um quadro chamado por especialistas de pleno emprego, quando o país fechou 2014 com uma taxa de desemprego de apenas 4,8%, o Brasil de Bolsonaro aposta na informalidade e no corte de direitos como caminho para consolidar o atraso no país. A LCA Consultores informa que o número de trabalhadores por conta própria ou sem carteira assinada cresceu em 6,3 milhões em oito anos.

Ao mesmo tempo, a participação da população ocupada no setor privado no primeiro trimestre de 2022 estacionou em 38,1%, um tombo em relação aos 43% da época de Dilma. No total,o número atual de trabalhadores com carteira assinada neste primeiro trimestre fechou em 36,3 milhões, cifra muito distante dos 39,1 milhões registrados no 1º trimestre de 2014. Para fazer o levantamento, a consultoria deixou de fora os trabalhadores do setor público, que abrange 11,2 milhões de trabalhadores.

Esse é mais um efeito do engodo vendido pela dupla de trambiqueiros Guedes e Bolsonaro de que a uberização das atividades transforma o trabalhador em um empreendedor, quando tudo não passa de uma ilusão, a de que de um motorista de aplicativo seria seu próprio patrão.

Outro dado que chama atenção é o que percentual atual de trabalhadores empregados, 38,1% no trimestre, permanece empacado abaixo do período pré-pandemia. Em dezembro de 2919, o percentual era 38,4%. “É um movimento de precarização do mercado de trabalho mesmo”, declarou o autor do estudo, Bruno Imaizumi ao G1.

Informais e autônomos superam trabalho com carteira

A consultoria também aponta que juntos, trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada já superam aqueles com registro formal. Os autônomos saltaram de 22,5% para 26,5% do total de trabalhadores ativos, enquanto o trabalho informal subiu de 11,6% para 12,8%. Somadas as duas atividades correspondem a 39,3% do total de trabalhadores. Já os que possuem registro somam 37,5 milhões de pessoas.

Os dados que mostram que o crescimento do mercado, além de lento, tem sido sustentado pela informalidade e pelo que eles chamam de empreendedorismo de necessidade. Em oito anos, o número de ocupados cresceu 4,1%, o que demonstra que a uberização transformou a nova realidade do trabalho no país.

Além de trabalhar com cada vez menos direitos, o trabalhador também ganha menos, tanto o com carteira assinada quanto o precarizado. Um efeito avassalador do abandono da política de valorização do salário mínimo adotada nos governos do PT. Em março, a renda média do trabalhador foi de R$ 2.467, 8,7% a menos que nos 12 meses anteriores.

MP amplia precarização entre jovens

Os ataques contra os trabalhadores seguem firme na terra de desolação deixada por Guedes aos brasileiros.  A Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta, 11, a Medida Provisória 1.099/22, que cria o Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário. O embuste, que teve voto contrário do PT, vai permitir contratações sem vínculo empregatício, sem direito trabalhista ou previdenciário e com um salário de R$ 572 –  cerca de 47% do valor de um salário mínimo.

“Nós estamos analisando uma medida provisória que tira dos jovens a possibilidade de entrar com dignidade no mercado de trabalho, que açoita as pessoas com mais de 50 anos, que quer distribuir migalhas na mesa farta onde banqueiros e o grande mercado se locupletam com os recursos do povo brasileiro”, denunciou a deputada federal Erica Kokay (PT-DF)”, após a votação.

Da Redação, com G1

Matéria publicada originalmente no site do PT e replicada neste canal.