Lula citou várias situações de seu governo, quando, por exemplo, não aceitou integrar as forças que invadiram o Iraque. “A minha guerra é contra a fome”, disse à época, lembrou.
“Quando a gente não se respeita, ninguém respeita a gente”, afirmou o ex-presidente Lula em resposta à pergunta do jornalista Rodolfo Lucena, do portal Tutaméia, sobre possível ingerência dos Estados Unidos em um futuro governo do Partido dos Trabalhadores, em entrevista coletiva para sites progressistas, nesta terça-feira, 19.
“Tenho clareza do papel histórico dos Estados Unidos”, disse Lula. “Eu trato os Estados Unidos com respeito que acho eles merecem, mas quero que eles me tratem com o respeito que o Brasil merece”, continuou. “O Brasil não é serviçal deles. O Brasil é um país soberano”, sentenciou.
Lula ressalvou ainda que “muitas coisas que acontecem no Brasil, depende menos dos Estados Unidos, e mais do complexo de vira-lata da elite brasileira”. Segundo Lula, em parte, “é ela que permite, é ela quem chama muitos desses golpes”, disse, se referindo aos fatos citados pelo entrevistador.
Lula disse reconhecer a importância dos Estados Unidos, assim como da China, da Rússia, da Índia, mas também de uma pequena ilha no Caribe. “Todos tem direito de ser soberanos, e cada um age de acordo com a sua força”, continuou. “E o Brasil tem muita força, basta que tenha coragem de utilizá-la”, completou.
“Agora, se o Brasil tiver um presidente que fica batendo continência para a bandeira americana, ou que rasteja aos pés de um presidente como Trump, o Brasil não vai a lugar nenhum”, destacou Lula lembrando o comportamento subserviente de Bolsonaro.
Para Lula, o Brasil é o pais mais importante da América Latina e tem interesse em crescer junto com toda a América do Sul e os países do Caribe, e que isso tem que ser respeitado. “Não temos que crescer sozinhos, temos de trazer todos os países juntos”, defendeu Lula, reafirmando a defesa unidade da região.
“Não somos quintal de ninguém. Vale para os Estados Unidos, vale para Rússia, para a Índia e vale para a Guiné-Bissau”, destacou Lula, afirmando o resgate da necessária postura soberana do Brasil diante do mundo. A gente não vai aceitar interferência”.
Da Redação
Matéria publicada originalmente no site do PT e replicada neste canal.