No necessário processo de reconstrução do Brasil pós-Bolsonaro, uma importante tarefa é, sem dúvida, restabelecer a relação de respeito e cooperação com o restante do mundo. Lula sabe da importância de mostrar ao resto do mundo que o Brasil é muito maior e melhor que seu atual presidente e, por isso, sempre que pode, viaja para conversar com líderes estrangeiros, como fez ao visitar o papa Francisco, em 2020, e, mais recentemente a Europa.
Agora, o ex-presidente visita a Argentina, aonde chegou nesta quinta-feira (9) para começar a reatar os laços do Brasil com o país-irmão e também com toda a América do Sul. Será também uma forma de Lula agradecer o apoio que recebeu do presidente Alberto Fernández, da vice-presidenta Cristina Kirchner e dos trabalhadores argentinos quando estava preso injustamente (veja vídeo a seguir e confira mais abaixo a agenda da viagem).
Integração sul-americana
Graças a uma política externa “ativa e altiva”, que colocava à frente os interesses nacionais, mas sem nenhuma intenção de dominar ou explorar outros povos, Lula e Dilma estabeleceram grande cooperação com diversas nações, mas com especial atenção aos países vizinhos. Dessa forma, os governos do Partido dos Trabalhadores aumentaram o números de parceiros comerciais, fazendo com que as exportações se diversificassem e triplicassem.
Os Estados sul-americanos se tornaram valiosos parceiros políticos e econômicos. O Mercosul foi expandido horizontalmente, transformando um projeto inicialmente comercial-tarifário em uma integração mais profunda no Cone Sul, que considerava vertentes sociais, articulação de cadeias produtivas, além de uma aproximação político-parlamentar e em defesa da democracia.
Com a Unasul, foi inaugurado um processo histórico de coordenação e de promoção de crescimento mais harmonioso em toda a América do Sul. Nela, o continente dialogou nas esferas da política, energia, infraestrutura, defesa, tecnologia, saúde e combate ao narcotráfico, o que revelava o desejo da região de enfrentar, de forma unida, os desafios da globalização e de transformar-se em pólo importante do mundo que se está hoje construindo.
Conquista da democracia
Ataques semelhantes ao que promoveu o golpe de 2016 contra Dilma ocorreram nas nações vizinhas, levando outros países, incluindo a Argentina, a também sofrerem com a extrema direita. A cada dia, no entanto, a democracia retorna ao continente, com a volta de líderes progressistas ao poder.
E é justamente para celebrar a democracia que Lula, Fernández e Kirchner se reúnem com o povo argentino nesta sexta-feira, na emblemática Plaza de Mayo, em um evento cultural que marca o Dia dos Direitos Humanos e os 38 do fim da ditadura militar na Argentina.
Agenda de Lula na Argentina
Veja a agenda geral de Lula na Argentina, nesta sexta-feira, 10, e no sábado, 11
Sexta-feira, 10 de dezembro
15:00
Recepção na Casa Rosada pelo Presidente Alberto Fernandez. A recepção será com altos honores.
16:00
Ato na Casa Rosada. Entrega dos Prêmios Azucena Villaflor às Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos. O ato será presidido pelo Presidente Alberto Fernández e o Presidente Lula, que também será homenageado pela sua luta pelos direitos humanos e contra o lawfare.
18:30
Ato Artístico e Cultural na Plaza de Mayo. Comemoração dos 38 anos de democracia, 2 anos do governo de Alberto Fernández y o Dia dos Direitos Humanos. Tocam bandas e grupos musicais. Participam: Presidente Alberto Fernández, Presidenta Cristina Fernández de Kirchner e Presidente Lula.
Sábado, 11 de dezembro
11:00
Ato com as centrais sindicais argentinas, CGT e CTA.
Matéria publicada originalmente no site PT na Câmara e replicada neste canal.