PEC dos precatórios vai permitir calote de Bolsonaro e viabilizar obras eleitoreiras

Segundo o vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), a PEC dos Precatórios é “escandalosa” e está sendo usada pelo governo para ampliar despesas com foco em garantir sua reeleição.

8 nov 2021, 19:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 36 segundos
PEC dos precatórios vai permitir calote de Bolsonaro e viabilizar obras eleitoreiras
Sessão Deliberativa Extraordinária (virtual) para votação de propostas legislativas – PEC 23/2021: Altera os art. 100, art. 109, art. 160, art. 166 e art. 167 da Constituição e acrescenta os art. 80-A e art. 101-A no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.

O governo Bolsonaro aposta todas as fichas na aprovação em segundo turno na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição 23, conhecida como PEC dos Precatórios, para furar o teto de gastos e ampliar as despesas do governo. Se aprovada, o presidente da República poderá adiar de forma legal as dívidas da União e ainda terá uma margem de R$ 100 bilhões no Orçamento de 2022 para novas despesas. A PEC está na pauta de votações da Câmara dos Deputados nesta semana e o governo precisa de 308 votos a favor.

Segundo o vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), a PEC dos Precatórios é “escandalosa” e está sendo usada pelo governo para ampliar despesas com foco em garantir sua reeleição.

Zarattini afirmou ainda que o governo justifica o calote nos credores como saída para pagar programas sociais. “Bolsonaro quer aval do Congresso para dar calote e ainda ter em caixa R$ 100 bilhões para gastar em ano eleitoral. Existem outras formas de pagar o auxílio para as pessoas mais pobres”, defendeu o parlamentar que é economista pela Universidade de São Paulo.

Fim do Bolsa Família: Em vídeo nas redes sociais, Zarattini criticou as manobras do governo que usa programas sociais para “chantagear” o Congresso. “O Bolsonaro acabou com o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial ao criar o Auxílio Brasil. Mas esse programa vai deixar mais de 21 milhões sem amparo social. Isso porque o auxílio emergencial atendia 38 milhões e o bolsa família apenas 17 milhões”.