Mulheres são as mais atingidas pela fome no mundo

Durante o debate da LDO na Câmara, o coordenador da Bancada do PT na Comissão Mista de Orçamento, deputado Carlos Zarattini (SP), elogiou o esforço do relator da LDO, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), para melhorar a proposta que veio do governo Bolsonaro. No entanto, o petista criticou o curto tempo para o debate da matéria – discutida em pouco mais de uma semana na CMO – e ainda a destinação insuficiente de recursos para enfrentar os graves problemas do País.

16 jul 2021, 11:38 Tempo de leitura: 2 minutos, 12 segundos
Mulheres são as mais atingidas pela fome no mundo

Em 2020, para cada 10 homens com insegurança alimentar, havia 11 mulheres. Conflito armado, crise econômica decorrente da pandemia crise climática são os principais fatores segundo relatório da Oxfam

Um ano e meio depois do início da pandemia, o número de pessoas que morrem de fome está ultrapassando o das vítimas do vírus, é o que aponta o relatório da Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome). A crise generalizada, como sempre, atinge sobretudo as mulheres.

Segundo o relatório, o número estimado de pessoas que vivem em extrema pobreza em todo mundo deve chegar a 745 milhões até o final de 2021, um aumento de 100 milhões desde o início da pandemia.

Os grupos marginalizados, principalmente mulheres, pessoas deslocadas e trabalhadores informais, foram os mais atingidos, e 2,7 bilhões de pessoas não receberam nenhum apoio financeiro público para enfrentar a devastação econômica da covid-19.

No Brasil, o cenário não foi diferente. De acordo com o relatório, o percentual de brasileiros que vivem em extrema pobreza quase triplicou – de 4,5% para 12,8%.

No final de 2020, mais da metade da população – 116 milhões de pessoas – enfrentava algum nível de insegurança alimentar, das quais quase 20 milhões passavam fome — uma tendência de crescimento comparada aos anos anteriores.

E em relação às mulheres brasileiras, a desigualdade de gênero e raça prevaleceu. Os grupos desfavorecidos, incluindo negros, mulheres, pessoas que vivem em áreas rurais e indígenas, foram os mais atingidos no ano passado.

No final de 2020, 11% das famílias chefiadas por mulheres conviviam com a fome, enquanto mais de 10% das famílias negras enfrentavam o problema, em comparação com mais de 7% das famílias brancas. Além disso, 12% das famílias rurais passavam fome, em comparação com mais de 8% das famílias urbanas.

Dentre as propostas apresentadas pela Oxfam para combater o “vírus da fome”, os governos devem:

(1) financiar integralmente o apelo humanitário da ONU e apoiar um fundo global de proteção social

(2) garantir acesso humanitário em zonas de conflito e o fim do uso da fome como arma de guerra

(3) forjar a paz, promovendo a participação e a liderança das mulheres em sua construção

(4) construir sistemas alimentares mais justos, resilientes e sustentáveis

(5) garantir que as mulheres liderem a resposta à pandemia e a recuperação

(6) apoiar uma Vacina Para Todas e Todos

(7) tomar medidas urgentes para enfrentar a crise climática.

Da Redação, Elas por Elas

Matéria publicada originalmente no site do PT e replicada neste canal.
Foto: Leonardo de França