Lula volta a defender o impeachment de Bolsonaro

Líder petista acusa o presidente de cometer crime de responsabilidade ao negar vacina chinesa ao povo: “Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o impeachment, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a Nação”. Bancada quer convocação de Pazuello para explicar trapalhada do governo e cobra do TCU que obrigue Executivo a retomar negociação com chineses

22 out 2020, 17:48 Tempo de leitura: 3 minutos, 4 segundos
Lula volta a defender o impeachment de Bolsonaro

Líder petista acusa o presidente de cometer crime de responsabilidade ao negar vacina chinesa ao povo: “Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o impeachment, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a Nação”. Bancada quer convocação de Pazuello para explicar trapalhada do governo e cobra do TCU que obrigue Executivo a retomar negociação com chineses

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro por inviabilizar a vacinação da população contra o Covid-19. Ele defendeu o impeachment do adversário, acusando-o de cometer crime de responsabilidade. “Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o impeachment, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a Nação ao dizer que não vai comprar a vacina e desrespeitar um instituto da seriedade do Butantan e toda a comunidade científica”, alertou Lula.

“Se Bolsonaro não acredita na eficácia da vacina, ele que não tome. Mas o papel de um presidente da República é possibilitar que o povo tenha a vacina a sua disposição. Se faltava crime de responsabilidade, essa foi a maior irresponsabilidade de um presidente que já vi”, defendeu o ex-presidente da República. Na quarta-feira, o presidente de extrema-direita rejeitou a compra anunciada pelo Ministério da Saúde de 46 milhões de doses da Coronavac, que está sendo desenvolvida por uma empresa chinesa e testada pelo estado de São Paulo. O custo da aquisição foi estimado em R$ 2 bilhões de reais.

Outras vacinas

Os petistas alegam que o governo Bolsonaro também firmou acordo e disponibilizou recursos para pesquisa de duas vacinas, a desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) em parceria com o Laboratório AstraZeneca – que no Brasil agrega a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além da participação brasileira no consórcio internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Covax Facility. Foram aportados recursos do poder Executivo para as duas iniciativas na ordem de R$ 1,9 bilhão e R$ 2 bilhões, respectivamente. Na representação, as bancadas alegam que tais pesquisas também não estão prontas, e portanto, podem apresentar vulnerabilidades, mas que nem por isso foram descartadas pelo líder da extrema-direita.

Segundo um dos autores da petição, o ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), a ação quer evitar que a política de enfrentamento ao Covid-19 no Brasil seja contaminada por decisões ideológicas e sem amparo científico, mas firmadas levando em conta o interesse público. “Xenofobia ideológica, critérios diversos para antecipar compra para vacinas de um País e de outro não, e ignorar a análise técnica da Anvisa sobre eficácia, são más práticas administrativas que precisam ser investigadas, punidas e corrigidas”, defende Padilha.

O deputado federal  Rogério Correia (PT-MG) protocolou, com o apoio da bancada do PT na Câmara, requerimento de convocação do ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello. O PT quer cobrar explicações sobre a interferência de Bolsonaro para impedir a compra da vacina chinesa para imunização da população contra o Covid-19. O objetivo é levar o ministro à Comissão Externa da Câmara destinada a acompanhar as ações preventivas ao coronavírus.

Da Redação, com PT na Câmara




Matéria publicada no site Partido dos Trabalhadores e replicada neste canal.
Foto: Wanezza Soares