Missão do novo presidente é acelerar esquartejamento do BB

Apesar do silêncio de grande parte da mídia rentista, a indicação de André Brandão tem por objetivo acelerar a venda de ativos do Banco do Brasil. Oriundo do HSBC, o executivo é indicado no momento em que o banco inglês está envolvido em uma disputa aberta com a empresa chinesa Huawei, fabricante do 5G

3 ago 2020, 18:28 Tempo de leitura: 2 minutos, 48 segundos
Missão do novo presidente é acelerar esquartejamento do BB

Apesar do silêncio de grande parte da mídia rentista, a indicação de André Brandão tem por objetivo acelerar a venda de ativos do Banco do Brasil. Oriundo do HSBC, o executivo é indicado no momento em que o banco inglês está envolvido em uma disputa aberta com a empresa chinesa Huawei, fabricante do 5G

O governo deve confirmar nesta semana o nome do executivo André Brandão para presidir o Banco do Brasil. “A princípio é ele. Vou falar com Guedes amanhã. Tenho total confiança no Guedes. A escolha é dele”, disse Bolsonaro. Atualmente, André Brandão é executivo do banco britânico HSBC desde 1999, quando entrou na área de renda fixa, vendas e câmbio.

Apesar do silêncio de grande parte da mídia rentista, a indicação de Brandão tem por objetivo acelerar a venda de ativos do Banco do Brasil. De acordo com a Agência Estado, a privatização de “partes” do BB é prioridade de Guedes. O presidente anterior, Rubens Novaes, foi afastado por não ter conduzido o processo com a rapidez esperada pelo governo. Assim como a Petrobras, o Banco do Brasil é um dos alvos preferenciais do mercado financeiro.

O processo de privatização iniciado por Novaes, para o qual Guedes quer mais pressa, envolveu escandalosa venda de carteira de ativos do BB para o BTG Pactual. O valor contábil das carteiras, segundo o Banco do Brasil, é de R$ 2,9 bilhões, e o impacto financeiro da transação será de R$ 371 milhões. Foi a primeira vez que o BB realizou uma operação de cessão de carteira de crédito a uma instituição fora de seu conglomerado. Guedes foi fundador do banco BTG Pactual.

HSBC x Huawei

O executivo é indicado no momento em que HSBC está envolvido em uma disputa aberta com a empresa chinesa Huawei, fabricante do 5G. O banco inglês é acusado de “traição” por ter patrocinado uma “ delação premiada”, ao estilo “ Lava Jato”, que resultou na prisão da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá, em 2018.

De acordo com a acusação, Meng teria ocultado o relacionamento da Huawei com a empresa iraniana Skycom. Com isso, induzindo o HSBC a violar as sanções dos EUA contra o Irã. No processo, o HSBC negou saber das operações. A defesa da executiva , no entanto, diz que o banco tinha conhecimento das operações.

A declaração do HSBC ocorreu após o Diário da China e outros importantes jornais do país publicarem um relatório acusando o HSBC de cumplicidade com os EUA. De acordo com o relatório, o HSBC recebeu “enormes benefícios” ao ajudar o governo dos EUA a enfrentar a Huawei.

Os jornais chineses afirmam que o banco agiu como se fosse uma vítima da “fraude” de Meng e, assim, produziu “provas” contra ela. A manobra permitiu ao Departamento de Justiça dos EUA isentar o HSBC da acusação de lavagem de dinheiro. Cerca de metade do lucro do HSBC vem de suas operações na China e em Hong Kong.



Matéria publicada no site Partido dos Trabalhadores e replicada neste canal.