Câmara recebe primeiro pedido coletivo de impeachment de Bolsonaro

Na ação movida por Zarattini, ele argumenta que “a não renovação do contrato, após 20 anos de vigência, importará na extinção de seis mil empregos e perda de arrecadação”. O deputado explica que somente no ano de 2019 a empresa recolheu cerca de R$ 2,5 bilhões em impostos federais.

21 maio 2020, 09:45 Tempo de leitura: 2 minutos, 34 segundos
Câmara recebe primeiro pedido coletivo de impeachment de Bolsonaro

Mais de 400 organizações sociais, juristas e personalidades públicas, além do PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB, PCO e UP, apresentam às 11h pedido de abertura de processo de afastamento de Bolsonaro por crimes de responsabilidade, incluindo atentado à saúde pública durante crise do coronavírus

Mais de 400 entidades da sociedade civil, além de personalidades públicas como juristas e políticos e os partidos de oposição PTPCdoBPSOL, PCB, PCO, PSTU e UP, entregam às 11h desta quinta-feira, 21, um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados. Ele é acusado de cometer crimes de responsabilidade, atentar contra a saúde pública e arriscar a vida da população pelo comportamento à frente da pandemia do coronavírus, dentre outros crimes.

Entre as organizações que apoiam o pedido de afastamento do presidente estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento das Mulheres Camponesas, Andes – Sindicato Nacional, Fasubra, Movimento Negro Unificado, Associação Brasileira de Travestis e Transexuais, além de juristas como Celso Antonio Bandeira de Melo, Lênio Streck, Pedro SerranoCarol Proner e os ex-ministros da Justiça Tarso GenroJosé Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão.

“Bolsonaro não tem condições políticas, administrativas e humanas de governar o Brasil. Briga com todo mundo o tempo inteiro e não protege o povo. Tem de ser impedido”, diz a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Entre os argumentos para a instalação do processo contra Bolsonaro por crimes de responsabilidade estão citados no pedido a ser entregue ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) estão os discursos do presidente contra o STF, a convocação de empresários para a “guerra contra governadores” à frente da pandemia do coronavírus, o bloqueio da compra de respiradores e outros equipamentos de saúde por estados e municípios, o apoio à milícia paramilitar “Acampamento dos 300”, incitação de sublevação das Forças Armadas contra a democracia, além de pronunciamentos e atos durante a pandemia que configuram crimes contra a saúde pública.

Os partidos de oposição, juristas e organizações sociais acusam ainda Bolsonaro de crimes contra o livre exercício dos poderes constitucionais, contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, contra a segurança interna do país e contra a probidade administrativa. É o primeiro pedido de impeachment suprapartidário e de amplos setores da sociedade brasileira e não de apenas um partido ou parlamentar.

Matéria publicada originalmente pelo site PT na Câmara e replicada por este canal.