Petistas criticam “método criminoso” da Lava Jato para condenar Lula e pedem anulação do processo

O líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou em sua conta no Twitter que a troca de mensagens entre integrantes da Lava Jato demonstram claramente que “Moro violou o sistema acusatório”.

30 jun 2019, 16:00 Tempo de leitura: 6 minutos, 8 segundos
Petistas criticam “método criminoso” da Lava Jato para condenar Lula e pedem anulação do processo
Crédito: Folha de S. Paulo

A farsa da prisão do Lula

Vários parlamentares da Bancada do PT na Câmara também usaram as suas redes sociais para criticar os métodos de Moro e dos procuradores da Lava Jato no conluio para prender Lula, sem provas e sem crime. O líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou em sua conta no Twitter que a troca de mensagens entre integrantes da Lava Jato demonstram claramente que “Moro violou o sistema acusatório”. “A cada nova revelação do site The Intercept Brasil fica mais evidente o caráter político da atuação de Moro e da Lava Jato”, protestou.

Zarattini denunciou, mais uma vez, que a prisão do Lula sempre foi uma farsa. “O PT sempre denunciou que as prisões coercitivas e temporárias eram como sistema de tortura para que os prisioneiros delatassem o Lula. Ou a pessoa criava alguma história do Lula ou ficava preso eternamente. Era esse acordo”, lamentou.

Ainda para o líder da Minoria, essas revelações do Intercept, agora também divulgadas pela Folha, demonstram o caráter “antidemocrático e fora do devido processo acusatório”.  Para Zarattini, Sérgio Moro usou a operação Lava Jato para fins pessoais e para impedir que o PT ganhasse a eleição. “E isso vai ficar assim? Até quando vão manter a farsa da prisão de Lula?”, questionou indignado.

Prisões e torturas psicológicas

A deputada Erika Kokay‏ (PT-DF) também no Twitter destacou que a reportagem da Folha sobre a “Vaza Jato”  confirma o que ela sempre denunciou: “a utilização de prisões e tortura psicológica para fechar acordos de delação favoráveis à acusação. Léo Pinheiro, por exemplo, só fechou acordo quando incriminou Lula no caso triplex!”.

Erika Kokay,‏ em outra publicação, afirmou ainda que o caso Léo Pinheiro é tão “escancarado” que a delação dele só foi aceita depois de mudar a versão varias vezes até apresentar uma para incriminar Lula no caso Triplex. “Léo foi decisivo para a prisão de Lula e, por isso, também foi premiado com a redução de pena. Um escândalo!”, protestou.

Na mesma linha, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) também destacou que as revelações da Folha sobre a troca de mensagens entre procuradores confirma o que ele já se sabia: “Léo Pinheiro foi forçada a mudar seus depoimentos anteriores. A Lava Jato só aceitou quando Léo incriminou Lula no caso tríplex”.

E para o deputado Afonso Florence (PT-BA), “criminoso, vergonhoso, escandaloso” são adjetivos pouco contundentes para a atuação da Lava Jato na delação do dono da OAS. “Só valeu depois de mentira para incriminar Lula. Aí, ganhou o benefício da redução de pena”, criticou.

E o deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que o novo vazamento reforça a forma ilegal como foi construída a condenação de Lula no caso do triplex. “Leo Pinheiro, quando ao longo do processo nunca havia incriminado Lula, foi pressionado e alterou sua posição em troca de redução de pena”, lamentou.

Lava Jato atuou com Organização Política

Na avaliação do deputado Patrus Ananias (PT-MG), ‏as revelações de hoje afirmam e comprovam mais uma vez (já foram muitas vezes) que a Lava Jato atuou como “organização política, capitaneada por juiz-politico, Sérgio Moro”. E denunciou: “Não houve imparcialidade, devido processo legal, respeito à Constituição. Justiça foi usada para fins ilícitos”.

E o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) reforçou: “A parceria do The Intercept Brasil e Folha revela para quem ainda não acreditava: o Dallagnol tinha mais do que convicção, tinha obsessão política em condenar Lula e derrotar o PT. Isto tem nome: Polícia Política”.

Para o deputado Rogério Correia‏ (PT-MG), “a cada dia vai sendo demonstrado que o processo contra Lula será historicamente conhecido como uma das maiores fraudes da história brasileira, talvez mundial”.

A “trama” pela prisão de Lula a cada nova revelação fica mais evidente, de acordo com o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP). “Moro fingi que não é com ele, mas tá tremendo de medo porque sabe que sua máscara caiu. Somente ‘os tontos’, como ele mesmo disse, ainda consegue apoiá-lo”, afirmou o deputado em sua conta no Twitter.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) enfatizou que a delação dele (Léo Pinheiro) “só passou a interessar quando foi alterada para incriminar Lula”. E acrescentou que a cada matéria publicada, fica mais evidenciada “a farsa da Vaza Jato”. E o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) frisou: “Léo Pinheiro, da OAS, ganha liberdade e seus bens de volta em troca de acusar Lula a pedido da procuradoria da Lava Jato”.

O deputado José Guimarães‏ (PT-CE) relembrou que a prova usada para condenar Lula foi a delação de Léo Pinheiro. “Agora, com as revelações do The Intercept e da Folha, fica claro que a força tarefa da Lava Jato tinha como objetivo central perseguir e impedir Lula de ser candidato. Um escândalo por Dallagnol e seus seguidores”, afirmou e ainda acrescentou: “Se isso não for crime, todos estarão acima da lei”.

Caiu a “prova”

O deputado Helder Salomão‏ (PT-ES) foi taxativo em sua conta no twitter: “Cai a única ‘prova’ contra Lula”. E reforçou “Léo Pinheiro contou que o apartamento do Guarujá nunca foi de Lula e disse que teve que mudar o depoimento por orientação de seu advogado para reduzir a sua própria pena”.

O deputado Pedro Uczai‏ (PT-SC) também enfatizou que caiu a única “prova” que Moro e a Lava Jato forjaram para condenar Lula. “A negociata com Léo Pinheiro foi relevada pela Vaza Jato e Lula tem que ser liberto imediatamente”, defendeu.

E para a deputada Natália Bonavides (PT-RN)‏, a Lava Jato forçou uma delação contra Lula. “Não há outra conclusão das palavras dos procuradores, que revelam que só se interessaram pela delação de Pinheiro depois que ela foi alterada seguidas vezes até passar a citar Lula. Perseguição!”, protestou

O deputado Paulo Guedes‏ (PT-MG) destacou que a delação contra Lula foi “forjada pela Lava Jato”, a deputada Margarida Salomão‏ (PT-MG) afirmou que a reportagem mostra que os procuradores somente aceitaram a delação da OAS depois de um ano, “quando a empresa deu a versão que eles queriam sobre Lula” e para o deputado Carlos Veras‏ (PT-PE), “já está passando da hora de assumir a autenticidade dos diálogos publicados pelo The Intercept”.

Os deputados João Lula Daniel (PT-SE), Waldenor Pereira (PT-BA), Rubens Otoni (PT-GO), Odair Cunha (MG) e Paulão (PT-AL) e as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Professora Rosa Neide (PT-MT) também tuitaram destacando a “nova bomba” do The Intercept/ Folha, que “prova que delação contra Lula foi forjada pela Lava Jato”.

Crédito: Vânia Rodrigues via PT na Câmara