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O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queria fazer um elogio à manifestação, ontem, da Presidenta Dilma, na ONU, em que condenou as espionagens feitas pelos Estados Unidos sobre o Brasil e vários outros países. Espionagem que, no nosso caso, não tem nada a ver com o combate ao terrorismo, e se aproxima muito mais de uma espionagem das empresas, particularmente sobre a nossa maior empresa, a PETROBRAS, que tem uma tecnologia avançada na exploração de petróleo em águas profundas, e também espionagem sobre o Governo. Aliás, estivemos hoje de manhã, eu e o Deputado Hugo Napoleão, o Grupo de Amizade Brasil-França, com o embaixador francês, e ficamos sabendo também que a espionagem na França não se deu sobre o Presidente Hollande, mas se deu em vários outros momentos sobre delegações da França, em momentos de reuniões diplomáticas, reuniões onde se discutiam acordos, e já foi constatado que esse tipo de espionagem já existiu e provavelmente ainda existe.
Então, a Presidenta Dilma foi muito firme nisso. Portanto, dou os parabéns à Presidenta, porque, como ela disse, países amigos não podem se desrespeitar. E o que houve da parte dos Estados Unidos foi um desrespeito em relação ao Brasil e a outros países.
Também gostaria de afirmar a nossa crença de que o processo de entendimento entre os Estados Unidos e o Irã avança e vai avançar mais. Nós já tínhamos aqui testado essa condição, quando o então Presidente Lula realizou um processo de negociação com o Irã na questão nuclear – aliás desafiado pelo próprio Obama para que fizesse essa aproximação – e, depois de feita a aproximação, com a concordância do Irã, os Estados Unidos rejeitaram essa possibilidade de negociação. Esperamos que, desta vez, com a boa vontade demonstrada pelo Irã no processo de negociação, abrindo o seu processo de construção da tecnologia nuclear, que isso possa ser aceito pelos Estados Unidos, e que se desenvolva um processo de paz na região, porque a única forma de se resolverem os problemas do Oriente Médio é através da negociação diplomática, através de um processo de paz. Então, consideramos também um avanço muito importante, e o Brasil vai apoiar essa iniciativa.
Nós também estivemos com o nosso Ministro das Relações Exteriores, que reafirmou a política do Brasil de resolver os conflitos de forma democrática, sem intervenção militar. Essa é a tradição da nossa diplomacia, e é por onde nós devemos caminhar.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
