O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) solicitou à Câmara dos Deputados a criação de uma Comissão Temporária Externa para investigar o apagão que começou no dia 11 de outubro de 2024 na Grande São Paulo e que já dura cinco dias e está deixando centenas de famílias e comércios às escuras. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o setor de varejo e serviços já acumula perdas de R$1,65 bilhão.
O parlamentar é coautor do requerimento nº 4224/2024, de iniciativa do deputado Alencar (PT/SP), que tem como objetivo apurar as responsabilidades da empresa Enel pela falha no fornecimento de energia, após chuvas intensas na região. Zarattini criticou a atuação da Enel e defendeu que é necessário tomar providências. “Essa Comissão tem grande importância, por isso fiz questão de assumir a coautoria. Já está na hora dessa empresa sair de São Paulo. Não é justo que a população fique refém de um serviço de má qualidade”, afirmou.
Além disso, Zarattini destacou a responsabilidade da prefeitura de São Paulo sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB) que também teria falhado na execução das podas de árvores, essenciais para evitar os problemas no fornecimento de energia durante tempestades e ventanias. Segundo dados divulgados pelo portal de notícias G1, a Enel não cumpriu compromissos de manutenção preventiva e realizou menos de 1% das podas ao longo de 2024.
Além da comissão externa, Zarattini apresentou requerimentos solicitando a realização de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o apagão com representantes da prefeitura de São Paulo, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)l, Enel e do Ministério de Minas e Energia. O parlamentar paulista também apresentou pedido ao ministro de Minas e Energia para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fiscalize a empresa. A iniciativa surge em resposta ao recente apagão que já se estende por cinco dias, afetando cerca de 100 mil imóveis na Grande São Paulo.
EMPRESA: A Enel, que assumiu a distribuição de energia no estado em 2018 após adquirir a Eletropaulo Metropolitana. Após a privatização, ela reduziu seu quadro de funcionários de 23.385 para 15.366, entre 2019 e 2023, enquanto seus lucros alcançaram 3,44 bilhões de euros no ano passado.
O recente apagão, que afetou 2,1 milhões de pessoas e resultou em sete mortes, sendo uma na capital, evidenciou os problemas recorrentes na prestação de serviços da empresa no estado de São Paulo.
