Lula defende regular bets para proteger famílias vulneráveis

“Esse é um problema que nós vamos ter que regular, porque senão, daqui a pouco, a gente vai ter os cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, afirmou Lula em Nova York. Na terça-feira (24), Alckmin reuniu ministros para discutir regulamentação

26 set 2024, 14:57 Tempo de leitura: 1 minuto, 58 segundos
Lula defende regular bets para proteger famílias vulneráveis
Foto: Joedson Alves – Agência Brasil / Site do PT

A corrosão que a farra das bets está provocando no orçamento dos brasileiros, principalmente entre os mais pobres, foi abordada pelo presidente Lula em Nova York (EUA) nesta terça-feira (24). Preocupado com o avanço dos jogos de azar no país, o governo estuda medidas para regular o mercado de apostas.

“Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, o jogo está dentro da sala. Nós estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta”, afirmou Lula. “Esse é um problema que nós vamos ter que regular, porque senão, daqui a pouco, a gente vai ter os cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, afirmou o presidente durante evento realizado na sede da ONU, nos Estados Unidos, onde participou da mesa redonda “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”.

A jogatina descontrolada, estimulada por propagandas vorazes, agrava o endividamento das famílias e está se tornando um grave problema de saúde mental no país, como mostrou longa matéria do site BBC publicada dia 19 de setembro. Diante da gravidade da situação, o governo decidiu criar na terça-feira o Grupo de Trabalho Interministerial, que terá como foco o combate ao jogo compulsivo.

O grupo será liderado pelo vice-presidente da República e ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Na terça, Alckmin se reuniu com representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Fazenda para tratar do assunto.

Aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas, segundo dados do Banco Central, participaram de jogos de azar e apostas no Brasil de janeiro a agosto de 2024, a maioria de 20 a 30 anos. “Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas. É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”, declarou o Banco Central em nota.

Nesta semana, um estudo do Banco Central mostrou que as casas de apostas receberam R$ 10,5 bilhões de beneficiários do Bolsa Família de janeiro a agosto de 2024, com pagamentos feitos via pix.

Texto originalmente publicado no site do PT Nacional.