Em entrevista à Jovem Pan, Zarattini questiona alta da Selic e proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro

Economista formado pela USP, Zarattini fez críticas à condução da política monetária conduzida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

17 set 2024, 17:20 Tempo de leitura: 2 minutos, 38 segundos
Em entrevista à Jovem Pan, Zarattini questiona alta da Selic e proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro

Em entrevista ao programa Ponto Final, da Jovem Pan, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) discutiu os impactos da alta taxa de juros imposta pelo Banco Central, o debate sobre a tentativa de aprovar anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, e o clima de polarização nas discussões no Congresso Nacional.

Economista formado pela USP, Zarattini fez críticas à condução da política monetária conduzida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e defendeu a redução da taxa básica de juros, a Selic, para fomentar o crescimento econômico do país. “Campos Neto não tem justificativa para manter essa taxa de juros, a segunda mais alta do mundo. Ela prejudica a indústria, o comércio e os serviços, além de impactar negativamente o consumidor. Isso afeta também diretamente a dívida interna do Brasil, que é reajustada de acordo com a Selic. Com isso, nossa dívida continua a crescer”, disse Zarattini.

O parlamentar destacou ainda que a manutenção dessa política de juros altos atende muito mais aos interesses do mercado financeiro do que aos da população brasileira. Para ele, o Banco Central, sob a liderança de Campos Neto, tem se mostrado intransigente em manter a Selic elevada, penalizando principalmente os setores produtivos e a população de menor renda. “A ideia de que o Banco Central é independente é falaciosa. Ele é independente do povo brasileiro, mas está completamente vinculado aos interesses do mercado financeiro e de grupos políticos específicos”, afirmou.

Zarattini também lembrou episódios recentes que evidenciam o posicionamento político de Roberto Campos Neto. “Ele é um presidente do Banco Central que vestiu a camisa do Bolsonaro. Foi se reunir com Tarcísio para ser indicado como futuro ministro da Economia”, disse.

PL da Anistia: O deputado defendeu que os responsáveis pelos atos antidemocráticos devem ser punidos de acordo com a lei e condenou a tentativa dos bolsonaristas de pautar o Projeto de Lei 2858/2022, que propõe anistiar os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. “Não faz sentido conceder anistia a quem tentou dar um golpe, suprimir a democracia, não quis reconhecer o resultado das urnas e tentou impedir que o governo governasse. Aquele ataque à Praça dos Três Poderes teve o objetivo de derrubar o governo”, declarou.

Para o parlamentar, a tentativa de aprovar a anistia é um subterfúgio para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, de acordo com as investigações da Polícia Federal, participou ativamente da tentativa de golpe. “O que eles querem, na verdade, é anistiar o Bolsonaro e essa cúpula que ainda não foi julgada por idealizar a tentativa de golpe. Mas essa proposta não vai avançar. A maioria do Congresso Nacional parlamentares rechaça a tentativa de golpe”, afirmou.

Debate político: Zarattini também comentou sobre a influência da internet na política e o aumento de parlamentares eleitos a partir da exposição nas redes sociais. E defendeu a regulamentação das plataformas para impedir a proliferação de discurso de ódio e fake news.

Assista a entrevista: