Em cadeia nacional, Lula destaca reconstrução do país e aponta direção do desenvolvimento

Em pronunciamento aos brasileiros, presidente mostrou como, em um ano e meio de governo, conseguiu reerguer o país das ruínas e recolocá-lo no caminho do crescimento econômico e social

29 jul 2024, 15:51 Tempo de leitura: 6 minutos, 37 segundos
Em cadeia nacional, Lula destaca reconstrução do país e aponta direção do desenvolvimento
Foto: Ricardo Stuckert

Durante pronunciamento aos brasileiros, em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Lula mostrou em detalhes, no domingo (28), como conseguiu, em um ano e seis meses de governo, tirar o país de um cenário de completa destruição e recolocá-lo na trilha do desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, inclusão social, soberania e respeito internacional.

“É hora de prestar contas a cada família brasileira”, disse Lula no início do discurso, antes de recordar que, há 14 anos, no fim do seu segundo mandato presidencial, a economia crescia 4% ao ano, com geração de empregos, aumento do salário e da renda das famílias e queda da inflação. Também destacou um legado histórico: a saída do Brasil do mapa da fome da ONU.

“De lá para cá, assistimos a uma enorme destruição no nosso país. Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida, foram abandonados”, disse o presidente, sobre o desmonte promovido após o golpe de 2016, sobretudo pelo neoliberalismo fascista de Jair Bolsonaro.

“Cortaram os recursos da educação, do SUS e do meio ambiente. Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%. O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família.  Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas”, ressaltou Lula.  “Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar”.

Governar para todos

Foi a partir desse ponto do pronunciamento que o presidente passou a detalhar como conseguiu reverter um cenário de abandono de políticas públicas e, consequentemente, de toda população.

Ele lembrou que, antes mesmo de tomar posse, diante do rombo bilionário deixado no orçamento por Bolsonaro e Paulo Guedes, liderou uma negociação com o Congresso que garantiu os recursos necessários para a execução de políticas públicas em áreas fundamentais, como saúde e educação.

Graças a essa negociação, o governo teve condições de reconstruir dezenas de políticas públicas de inclusão, de geração de emprego e renda, de renegociação de dívidas e de acesso ao crédito, o que tem sido fundamental para o reaquecimento da economia.

Crescimento surpreendente

Durante o pronunciamento, o presidente lembrou que muitos não acreditavam que o Brasil conseguisse sair daquele atoleiro.

“Apostavam que o crescimento do PIB não passaria de 0,8%, mas crescemos quase 3% no ano passado, e vamos continuar crescendo. O salário-mínimo voltou a ter aumento acima da inflação. E quase 90% das categorias profissionais tiveram aumento real de salário. Aprovamos a igualdade salarial entre homens e mulheres. A inflação está sob controle, e caindo”, destacou Lula.

Ele citou ainda a criação de mais de 2,7 milhões de empregos e a conquista da menor taxa de desemprego em 10 anos.

“Isentamos do imposto de renda quem ganha até dois salários mínimos. 24 milhões de pessoas ficaram livres do pesadelo da fome. Reforçamos o SUS. A Farmácia Popular está de volta, e agora com novos remédios de graça. O Mais Médicos praticamente dobrou, com 25 mil médicos atendendo em todo o país”, prosseguiu o presidente.

Educação, muitas realizações

O pronunciamento mostrou outros avanços importantes, como o aumento das vagas em creches, o reforço das verbas para as universidades, a criação de 100 novos Institutos Federais, o programa Pé de Meia, “uma poupança para dar às famílias a certeza de que seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar”.

Lula citou também o preenchimento de 1 milhão de vagas no ensino em tempo integral, “para dar aos pais e às mães a tranquilidade de saberem que seus filhos passam o dia em segurança na escola”.

Respeito à natureza

O presidente acrescentou que o meio ambiente voltou a ser prioridade, com 52% de redução no desmatamento na Amazônia.

“Resgatamos as políticas de proteção dos direitos das mulheres, do povo negro, dos indígenas, das pessoas com deficiência e LGBTQIA+. O Brasil se reencontrou com a civilização”, enfatizou o presidente, antes de citar outras conquistas, como o maior Plano Safra da história do país – tanto para o agronegócio quanto para a agricultura familiar – e os investimentos (R$ 1,7 trilhão) do Novo PAC, voltado a obras de infraestrutura, ferrovias, rodovias, energia, drenagem e prevenção de riscos, policlínicas, creches e escolas.

“A Petrobras está produzindo mais e importando menos”, prosseguiu Lula. “Combatemos o crime organizado com apreensão recorde de armas, drogas, dinheiro e equipamentos de garimpo ilegal”, destacou.

De olho no futuro, e com otimismo

Lua afirmou estar “mais otimista do que nunca” em relação ao futuro do Brasil. Disse trabalhar por um Brasil que cresça para todas as famílias, aliando investimentos mais fortes com responsabilidade fiscal. Ele  ressaltou que foi por essa razão que o governo federal tem conseguido ajudar a população do Rio Grande do Sul a se recuperar dos danos causados pelas enchentes.

O presidente continuou: “Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne. Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento. Com investimentos recordes na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e de celulose. Isso significa mais empregos, salários e oportunidades para nosso povo”.

Além disso, Lula destacou que o Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do mundo e que o país deu início à transição energética, ampliando os investimentos em biocombustíveis, hidrogênio verde e geração de energia solar, eólica e de biomassa. “Seremos uma potência mundial em geração de energia renovável e no enfrentamento à crise climática”, previu Lula.

Diplomacia para o desenvolvimento

O presidente também destacou avanços importantes conquistados pela diplomacia brasileira, após o isolamento internacional enfrentado pelo país durante o governo passado. Citou, por exemplo, a abertura de 163 novos mercados estrangeiros para produtos nacionais e os sucessivos recordes registrados pelas exportações brasileiras.

“O Brasil recuperou seu protagonismo no cenário mundial. Participamos de todos os principais fóruns internacionais. O Brasil voltou ao mundo, e o mundo agora vai passar pelo Brasil”, disse o presidente, ao se referir aos eventos internacionais que serão realizados no país.

“Em novembro vamos sediar a reunião de cúpula do G-20, o grupo das economias mais importantes do mundo. Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo”, disse o presidente.

Ele também falou de outra proposta prioritária da presidência brasileira no grupo. “Para tornar o mundo mais justo, estamos levando para o G-20 a proposta de taxação dos super-ricos, que já conta com a adesão de vários países”, ressaltou.

“Ano que vem vamos sediar a reunião dos BRICS e receberemos a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-30, em Belém. Chegou a hora de trazer o debate sobre o futuro do planeta para o coração da Amazônia. Este é o resultado de uma diplomacia ativa e altiva: o mundo voltou a acreditar no Brasil, na capacidade do nosso povo e em nosso compromisso com a democracia”, acrescentou Lula.


Matéria publicada originalmente no site PT na Câmara e republicado aqui