Governo adota política externa ativa e altiva para devolver protagonismo ao Brasil, declara Zarattini

“Lula está trabalhando para que o nosso país seja entendido como protagonista pelo seu tamanho territorial, pela sua capacidade econômica, mas principalmente, pelo seu povo de mais de 220 milhões de brasileiros e de brasileiras”, afirmou o parlamentar

24 maio 2023, 18:18 Tempo de leitura: 2 minutos, 49 segundos
Governo adota política externa ativa e altiva para devolver protagonismo ao Brasil, declara Zarattini
Foto: Jemima Tavares

Durante audiência com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), criticou os deputados de oposição por adotarem posturas contraditórias quando se trata dos assuntos de política externa.

“De um lado, integrantes da direita reclamam que o governo Lula não é agressivo na cobrança da compensação dos países mais desenvolvidos no pagamento de recursos para preservação da Amazônia. De outro lado, reclama que a gente se relaciona com o UNASUL [União das Nações Sul-Americanas] e com os países do chamado autoritarismo”, disse.

Zarattini recordou ainda a postura do ex-presidente Bolsonaro que fez reverências à Arábia Saudita. “Bolsonaro visitou à Rússia poucos dias antes da invasão à Ucrânia e manteve relações com países autoritários. A direita está perdida na questão da relação internacional e precisa se reposicionar. Então era uma brincadeira, é só para criar memes”.

Brasil avança na política externa e tem papel de destaque na reunião do G7

A atuação do Itamaraty nesse início de governo foi elogiada pelo parlamentar que destacou o trabalho que vem sendo feito na recolocação do Brasil no cenário mundial de forma positiva. “Lula está trabalhando para que o nosso país seja entendido como protagonista pelo seu tamanho territorial, pela sua capacidade econômica, mas principalmente, pelo seu povo de mais de 220 milhões de brasileiros e de brasileiras”, afirmou.

Em sua fala, Zarattini também questionou o ministro Mauro Vieira sobre o posicionamento do Brasil com relação à postura adotada pelos países na reunião do G7, grupo que reúne as sete maiores economias do mundo (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão) com relação a China. No encontro, os países criticaram os chineses e declaram que vão tomar medidas para enfrentar o que consideram “intimidação econômica de Pequim”. O paramentar lembrou que as relações comerciais com Estados Unidos e China são relevantes para nossa economia e que é preciso ter cautela.

O ministro Mauro Viera afirmou que o governo não vai tomar posicionamentos sem análise, tendo em vista que o Brasil tem grandes interesses com os Estados Unidos, que é o maior investidor no país e tem interesses também com a China.

“A exportação brasileira para a China é superior ao total da exportação brasileira para os Estados Unidos e para a União Europeia somados. Isso nos permite ver a importância dessa relação. Essa relação tem sido muito proveitosa em muitas áreas”, explicou Viera.

Mauro Vieira informou que o Brasil tem uma cooperação com a China desde os anos 1980 na construção de satélites e na área de ciências espaciais que tem sido produtiva e importante para as políticas ambientais do país. “São satélites de observação da terra. O satélite que deve ser lançado em breve é um satélite de imagens e não mais de fotografias, o que permitirá, por exemplo, acompanhar toda a questão de da Amazônia e do desmatamento”, finalizou.