Gleisi: “O Brasil não pode mais esperar por crescimento e empregos”

Leia a íntegra do discurso feito pela presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no ato de comemoração dos 43 anos do partido, em Brasília, nesta segunda-feira (13)

14 fev 2023, 13:04 Tempo de leitura: 4 minutos, 48 segundos
Gleisi: “O Brasil não pode mais esperar por crescimento e empregos”
Foto: Ichiro Guerra/Site do PT

DISCURSO NO ATO DE 43 ANOS DO PT
BRASÍLIA, 13 DE FEVEREIRO DE 2023

Queridas companheiras, queridos companheiros,

Militância valorosa do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras,

É com muito orgulho, de cabeça erguida, que estamos aqui hoje para celebrar os 43 anos do partido que foi criado para mudar o Brasil. E mudou. E é também com imensa responsabilidade, porque o povo brasileiro nos conferiu mais uma vez a missão de conduzir o governo, através do nosso sempre presidente Lula, para reconstruir um país destroçado e resgatar a esperança num futuro melhor e mais justo.

O PT é fruto da consciência política da classe trabalhadora brasileira e dos que sempre foram excluídos ao longo da história. Consciência forjada na luta por melhores condições de vida, na cidade e no campo, nas organizações de base, nas grandes mobilizações pelo direito de greve e de livre organização, pelo direito de participar ativamente das grandes decisões nacionais.

O PT nasceu lutando por liberdade e democracia, num tempo em que o Brasil era oprimido pela ditadura. Nasceu para dar voz à imensa maioria silenciada pela violência e pela miséria. Nossa força brotou nos sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais, nas comunidades eclesiais de base, recebendo a importante contribuição de notáveis militantes políticos e intelectuais comprometidos com os ideais de igualdade e justiça social.

Estes ideais marcam rigorosamente a trajetória do PT até os dias de hoje. Estamos e estivemos com o povo, defendendo a agenda dos direitos sociais e da transformação do país, na campanha pelas diretas, na Assembleia Constituinte, na oposição aos governos antipopulares, no Congresso Nacional e nas ruas. Estivemos e estamos novamente com o povo, à frente do governo federal.

Não foi uma caminhada fácil – nunca foi, especialmente nos anos recentes, em que um modelo excludente, submisso a poderosos interesses econômicos internos e externos, voltou a oprimir os trabalhadores e fez o país regredir em todos os sentidos.

Companheiras e companheiros,

Para sustentar aquele modelo, contrário aos interesses da imensa maioria da população, o PT foi perseguido e demonizado. Nosso governo, o governo da presidenta Dilma Rousseff, foi deposto por um golpe; nosso maior líder, o presidente Lula, foi injusta e ilegalmente condenado, teve os direitos cassados e amargou 580 dias de prisão sem culpa.

Fomos atacados com violência inigualável: decretaram o fim do presidente Lula e a morte do PT; mas não conseguiram arrancar nossas raízes, porque elas estão plantadas no coração do povo brasileiro.

Denunciamos cada ato de revogação de direitos e destruição do país. Disputamos eleições contra máquinas poderosas de desinformação e abuso do poder. Lutamos pela verdade até o dia em que a Justiça foi restabelecida e tornou-se realidade nossa palavra de ordem: Lula Livre!

Aqui faço uma homenagem a todos que estiveram com a gente nessa luta, e em especial à militância da Vigília Lula Livre, que ao longo de 580 dias e noites deu vida e voz ao sentimento de solidariedade diante da prisão política. Sem vocês, a história não teria sido a mesma.

E porque nunca desistimos de lutar, a esperança voltou a brilhar nos olhos de nossa gente, no momento em que o espectro do autoritarismo voltou a ameaçar o país, 34 anos depois da redemocratização que custou a luta da sociedade e a própria vida de incontáveis brasileiras e brasileiros.

Foi para superar essa ameaça – de um retrocesso ainda maior – que se formou em torno da chapa Lula-Alckmin a frente democrática e popular vitoriosa nos dois turnos da eleição. Nós do PT temos orgulho do papel que desempenhamos na construção desse movimento, reunindo aliados de sempre e adversários de ontem para defender a democracia, com os olhos no presente e no futuro do país. Foi muito importante nesse processo o papel da Federação que formamos com PCdoB e PV, além de todos os demais aliados.

Companheiras e companheiros,

A campanha de 2022 foi certamente a mais difícil que enfrentamos nesses 43 anos. Nunca tantos recursos imorais e escusos foram mobilizados para corromper o pleito e sustentar um projeto autoritário de poder. Ódio e mentira disseminados em escala industrial nas redes sociais, igrejas, escolas e veículos de mídia venais; R$ 300 bilhões do Orçamento e do Tesouro desviados para ações eleitoreiras; chantagem desabrida de patrões contra trabalhadores.

A própria realização das eleições foi ameaçada; tentaram desacreditar a urna eletrônica e a Justiça Eleitoral, que cumpriu com destemor seu dever. Reconhecida a vontade das urnas, dentro e fora do país, com o presidente já governando, os derrotados tentaram um golpe de força; uma selvageria contida graças à reação enérgica do presidente Lula e ao repúdio do Legislativo, do Judiciário, da sociedade brasileira e da comunidade internacional.

Os que atentaram contra a democracia, contra o povo e o país, desde antes do infame dia 8 de janeiro, hão de responder por seus crimes, para que não voltem a repeti-los. É sem anistia!

Por tudo isso, neste aniversario de 43 anos, celebramos também a resistência e a luta, do PT e das forças democráticas, que fizeram renascer a esperança e a confiança no futuro do país.

Companheiras e companheiros,

Hoje, duas palavras resumem o compromisso e o desafio que temos diante de nós: crescimento e empregos.

Publicado no site Partido dos Trabalhadores e replicado neste canal