Em entrevista ao programa Frente a Frente da Rede Vida, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), vice-líder do governo no Congresso, discutiu o cenário das eleições municipais e a estratégia do Partido dos Trabalhadores (PT) para 2024. Zarattini ressaltou a resiliência do partido diante das dificuldades enfrentadas nas eleições anteriores e a expectativa de um fortalecimento na disputa deste ano. “Com certeza, nós vamos sair mais fortes. Viemos de duas eleições muito difíceis, que foram 2016, com o processo de golpe contra Dilma, e 2020, quando, além do governo Bolsonaro, enfrentamos a pandemia, que limitava a nossa principal característica: estar nas ruas,” afirmou Zarattini.
O deputado também analisou as eleições em São Paulo, mencionando as divisões internas no campo bolsonarista. Zarattini apontou a resistência de membros mais radicais do Partido Liberal (PL) a uma aliança com o atual prefeito Ricardo Nunes. Apesar do apoio formal de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto ao prefeito, muitos eleitores bolsonaristas têm demonstrado apoio ao candidato Pablo Marçal (PRTB). “Os radicais do PL, o bolsonarismo que domina as redes sociais, não aceita Ricardo Nunes. Eles vão para o tudo ou nada,” disse Zarattini.
Zarattini que está no seu quinto mandato de deputado federal também ressaltou a experiência e a estrutura do PT. “Nós somos um partido que já está na quinta administração. É a quinta eleição que a gente governa o Brasil. Então, o PT hoje é o partido mais estruturado do país”, disse.
A política nas redes sociais: O parlamentar também abordou o crescente papel das redes sociais na política e as mudanças na interação com o eleitor. “A internet é um instrumento muito poderoso que permite a interação com o público. Então, o candidato produz um vídeo e isso vai permitir que a pessoa dê seu like, que a pessoa compartilhe e que jogue esse conteúdo mais para frente. Então, é um instrumento muito mais poderoso e isso obviamente mudou a forma de fazer política”,explicou.
O parlamentar também abordou as implicações desse fenômeno de políticos eleitos pela influência nas redes sociais, que pode criar uma desconexão entre os representantes e os seus eleitores. “Hoje, temos deputados eleitos que nem conhecem o estado onde atuam, porque baseiam suas campanhas exclusivamente nas redes sociais,” alertou Zarattini
Debate Político: Sobre as negociações no Congresso, Zarattini ressaltou que o PT tem mantido um diálogo frequente com os parlamentares do chamado ‘centrão’, assegurando apoio para aprovar projetos do governo. No entanto, ele apontou as dificuldades de diálogo com o setor mais radical da direita. “O que não dá pra conversar é com esse bolsonarismo radical,” declarou.
Zarattini também criticou a falta de propostas dos parlamentares da extrema direita que não contribuem para o debate político. “Esses grupos ficaram quatro anos no poder e não fizeram absolutamente nada. Bolsonaro afirmou que iria ‘destruir para depois construir’, mas o que vimos foi apenas destruição. E a experiência que esse tipo de gente tem é de não fazer nada que beneficie o povo, nada que beneficie o próprio país.”, concluiu Zarattini.
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