A agência de classificação de riscos Moody’s alterou a avaliação de crédito do Brasil, de estável para positiva, nesta quarta-feira (1), com tendência de novas revisões, para cima, no futuro. Isso se deve às perspectivas positivas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. É a primeira vez que a agência de riscos eleva a avaliação do país desde 2018. No ano passado, a Standard & Poor’s e a Fitch já haviam feito o mesmo.
“A Moody’s prevê que o crescimento será generalizado nos próximos anos, e se estenderá tanto à indústria quanto aos setores de serviços, à medida que a demanda doméstica é impulsionada por um fortalecimento do mercado de trabalho e aumento dos salários reais”, detalha o boletim da agência, que menciona também a transição energética promovida pelo governo federal e a reforma tributária enviada ao Congresso.
Segundo o Tesouro Nacional, o Brasil está em vias de atingir o chamado “grau de investimento”, uma espécie de comprovante de bom pagador. “Ocorrendo a efetivação da mudança da nota de crédito, o Brasil estará a um degrau de voltar a possuir graus de investimento, um marco significativo para os indicadores de estabilidade econômica do país”, afirma comunicado.
Responsável pela articulação do governo com o Parlamento, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), agradeceu os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Isso é resultado do grande trabalho do ministro Fernando Haddad e do conjunto de importantes pautas econômicas aprovadas no Congresso Nacional”, publicou na rede X.
Condução da economia
O chefe da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), comemorou o anúncio da Moody’s. No X, ele ressaltou que o país vai bem, apesar do cenário internacional desfavorável. “A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos Três Poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis”, exaltou.
“Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer”, completou Haddad.
O presidente Lula elogiou a condução da economia e disse que o Brasil voltou a ter credibilidade e a ser respeitado no mundo. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB-MS), enfatizou os “esforços do governo, Congresso e Judiciário para superar desafios orçamentários e impulsionar nossa economia”.
A Moody’s aguarda um crescimento real de 2% do PIB brasileiro em 2024 e em 2025. “A mudança de perspectiva para positiva tem como base a avaliação de que um crescimento mais forte combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir que o peso da dívida do Brasil se estabilize.”
Investimentos externos
Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) colocam o Brasil como o segundo destino mais atrativo para investimentos em 2023: foram aplicados no país US$ 64 bilhões (R$ 333 bilhões) ao longo do ano passado.
Segunda maior economia do mundo e principal parceiro comercial do Brasil, a China, por outro lado, perdeu posições no ranking devido a “tensões geopolíticas contínuas e altas taxas de juros”.
A OCDE é uma organização econômica intergovernamental fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial. Com sede em Paris, tem 38 países membros, entre eles, os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a França, o Canadá, a Austrália, o Reino Unido, a Coreia do Sul, entre outros. São parceiros estratégicos do bloco a África do Sul, o Brasil, a China, a Índia e a Indonésia.
Texto originalmente publicado no site do PT Nacional.