Além da taxa de desocupação, aumentou também o índice de trabalhadores subutilizados, em 66%. Com Lula e Dilma, desemprego caiu 45%, e salário mínimo teve aumento real de mais de 70%
Ao assumir a Presidência da República, em 2003, Lula fez jus ao nome do partido que havia criado 23 anos antes. Ao longo de todo o seu governo, e também do de sua sucessora, Dilma Rousseff, criar empregos e elevar a renda dos mais pobres foi prioridade. E não faltam números que mostram a diferença que faz um partido comprometido com a causa dos trabalhadores.
Nos 13 anos de governo do PT, foram criados mais de 19 milhões de empregos formais. O número de brasileiras e brasileiros com carteira assinada saltou de 28,7 milhões, em 2002, para 48,1 milhões em 2015, último ano do governo Dilma, que sofreria o golpe em 2016. O dado representa um aumento de 67,5%.
Como consequência, o desemprego caiu também de forma expressiva. No primeiro ano do governo Lula, a taxa média de desocupados era de 12,4%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), metodologia usada à época pelo IBGE. Em 2015, havia sido reduzida para 6,8%, uma queda de 45%. Sem contar que, em 2014, o Brasil havia tido a menor taxa média da história: 4,8% (veja gráfico abaixo).
Ao mesmo tempo, os trabalhadores eram cada vez mais bem remunerados, graças à política de elevação contínua do salário mínimo. De 2004 até 2016, o mínimo saltou de R$ 260 para R$ 880. Descontada a inflação do período, os números representam uma valorização real de mais de 70%.
Estado indutor do crescimento
Todas essas conquistas foram resultado de uma política que tinha dois eixos centrais: a inclusão do pobre no Orçamento e o uso do Estado, incluindo as empresas e os bancos públicos, para estimular o desenvolvimento do país. Pela primeira vez, em décadas, o Brasil tinha um governo que levava em conta as necessidades da classe trabalhadora e pregava um crescimento econômico que beneficiasse a todos.
Com o uso do Estado para alavancar o desenvolvimento, marca dos governos Lula e Dilma, o país cresceu e a vida dos brasileiros melhorou. A Petrobras aumentou seus investimentos e recuperou a indústria naval, o BNDES apoiou projetos tanto de grandes empresários quanto de cooperativas de reciclagem de lixo, a Caixa Econômica e Banco do Brasil facilitavam o crédito para pequenos empreendedores. Assim, empregos foram gerados, a pobreza e a miséria diminuíram, a fome acabou.
Porém, a ganância de parte da elite, que não aceitava ver a renda do pobre aumentar mais que a dela, aliada a interesses estrangeiros que queriam se apossar das riquezas nacionais — do petróleo às empresas públicas —, colocou fim a esse ciclo virtuoso. Com o golpe, implantou-se no Brasil, com Michel Temer e Jair Bolsonaro, uma política neoliberal, baseada não em Estado soberano e indutor de crescimento, mas em um Estado mínimo, incapaz de defender os interesses nacionais diante da voracidade do mercado. E o preço mais alto foi pago pelo povo, que se viu abandonado.
Trabalho escasso e precarizado
Com Temer e Bolsonaro, os trabalhadores perderam direitos e renda, e a política de elevação do salário mínimo acabou. Sem um governo que aposta no desenvolvimento, o desemprego voltou. A desocupação, hoje medida por meio da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua ( PNAD-C), ultrapassa os 14%. Em 2015, por essa metodologia, era de 8,3%. Ou seja, após o golpe, o desemprego cresceu praticamente 70%.
E não só isso. Com a redução de direitos e a interrupção do aumento de empregos formais, que nunca mais voltou à casa dos 48 milhões (em 2020, era de 47,7 milhões), cresceu também a informalidade, o desalento e, de forma assustadora, o que os economistas chamam de subutilização do trabalho.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne aqueles que estão desocupados, mais os que estão em subocupação por insuficiência de horas e a da força de trabalho potencial, e pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. Segundo a PNAD-C, que começou a medir essa taxa em 2012, o percentual de trabalhadores subutilizados cresceu de 17,2%, em 2015, para 28,6% este ano, um aumento de 66%. Sem mencionar que, em alguns momentos de 2020, ela ultrapassou 30%. Tudo obra do golpe de 2016.
Da Redação
Matéria publicada originalmente no site Partido dos Trabalhadores e replicada neste canal